Os rebaixamentos de notas (ratings) de grandes seguradoras de bônus nos EUA devem levar os bancos a registrarem outros US$ 40 bilhões em baixas contábeis em 2008, frustrando os investidores que apostam que o pior já passou, afirmou Meredith Whitney, analista da administradora de fundos de investimento Oppenheimer, em relatório a clientes. Tais perdas ficarão concentradas em apenas três bancos: Merrill Lynch, Citigroup e UBS, que segundo Meredith têm metade da exposição da indústria aos complicados instrumentos de dívidas das seguradoras MBIA, Ambac e ACA Capital Holdings.
A forte concentração levou Meredith a rever seu pensamento de que as seguradoras são grandes demais para falhar. Ela agora entende que o problema atingirá alguns poucos bancos, e não o sistema financeiro como um todo. "Embora tenhamos previsto antes que as seguradoras MBIA e ABK eram importantes demais para falhar devido à ameaça de risco sistêmico e que, provavelmente, seriam resgatadas, não acreditamos mais que o risco sistêmico seja algo realista e, em conseqüência, que o resgate seja viável", escreveu Meredith. "As implicações da falta de plano de resgate são claramente negativas para estas companhias", acrescentou.
O executivo-chefe do Merrill, John Thain, falou em conferência em Nova York que a exposição máxima do banco às seguradoras de bônus é de US$ 3,5 bilhões. O Citigroup e o UBS não comentaram o assunto imediatamente.
No quarto trimestre de 2007, o Merrill Lynch registrou baixa contábil de US$ 3,1 bilhões com exposição às seguradoras - boa parte dela relacionada à ACA. O Citigroup teve baixa de US$ 900 milhões e o Société Générale de cerca de US$ 800 milhões. Já o BNP Paribas contabilizou perda de US$ 675 milhões com seguradoras de bônus. As informações são da Dow Jones.