A Argentina possui três milhões de pobres a mais do que os números oficiais divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), segundo levantamento elaborado pela Central de Trabalhadores da Argentina (CTA). A taxa de pobreza seria de 39,6% (15,1 milhões) e não 31,4% (12,1 milhões de pessoas). A metodologia utilizada pela CTA foi desenvolvida pelo próprio Indec em 1996, mas nunca foi aplicada para evitar os números negativos sobre o assunto.
O estudo coordenado pelo economista e deputado de esquerda, Claudio Lozano, também mostra que existe um milhão a mais de pessoas abaixo da linha de pobreza do que dizem as cifras oficiais, passado dos atuais 4,3 milhões para 5,3 milhões de pessoas, passando de 11,2% para 14,4% da população argentina. Conforme os dados de junho de 2006, uma família com dois filhos em idade escolar era considerada indigente se o ganho familiar fosse igual ou menos que 391,2 pesos (US$ 126,19). Porém, a CTA diz que o salário necessário para não ser indigente é de 464,5 pesos (US$ 149,83).
Pelo estudo, o mesmo tipo de família precisaria ter um salário mensal de 1.572,1 pesos (US$ 507,12) para não cair na linha de pobreza. Mas segundo o governo, o valor desse salário familiar seria menor: 856,9 pesos (US$ 276,41).
Segundo Lozano, o que mais preocupa nos números é que mais da metade das crianças e adolescentes no país vivem em lares pobres. Entre os argentinos menores de 14 anos, 55,9% são pobres, enquanto que entre os menores de 18 anos, 55,6% vivem nesta condição. A mesma situação se aplica aos maiores de 65 anos de idade, com 57,7% vivendo na faixa da pobreza. As informações são da Dow Jones.