O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, sinalizou hoje que o Conselho Monetário Nacional (CMN) deverá promover, na sua próxima reunião, um novo corte na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que hoje está em 6,85% ao ano. "Em janeiro, a TJLP deve mudar e, certamente, não será para cima. Esperamos atingir valor de 0,5% ao mês, o que muitos consideravam, há algum tempo atrás, impossível", destacou, ao discursar no encontro da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que se realiza na capital paulista. "Devemos lembrar que a taxa de 6,85% ao ano já é muito boa para investir", acrescentou.
Furlan recomendou aos empresários que acreditem na expansão da economia brasileira e que não se deixem influenciar pelos dados já divulgados referentes ao ano de 2006. "Olhem seus balanços de 2002 e 2003, e comparem com os de 2006. E vocês verão que os números estão muito melhores", recomendou. "Não nos deixemos impregnar por alguns dados que contam o passado. Quando me perguntam sobre qual será o crescimento de 2006, respondo que este ano já acabou e que o que falta apenas é ser medido. E que o foco, agora, é como formatar o próximo ano", adicionou.
Especificamente para o setor químico, Furlan destacou ações do governo, como o programa Profarma, de incentivo aos fármacos, e as negociações internacionais para obter a padronização mundial de biocombustíveis, caso das tratativas com os Estados Unidos, sobre etanol, e com a União Européia, sobre biodiesel.
Furlan lembrou também que a Medida Provisória 315, que permite aos exportadores a manutenção de partes de recursos no exterior para quitar débitos de importação de insumos, não foi ainda totalmente explorada pelas empresas químicas, principalmente, porque a Receita Federal ainda precisa publicar uma nova instrução, simplificando a tramitação desse tipo de operação.
"As empresas ainda têm dúvida sobre o volume de informações que a Receita exige e que seriam exagerados, o que estaria levando muitas delas a não realizar este tipo de operação. Uma nova instrução deverá ser publicada pela Receita", explicou o ministro, ao admitir que o volume de recursos financeiros dos exportadores a permanecer no exterior poderá subir, gradativamente, dos atuais 30% da fatura para 100%, num prazo de quatro anos.