No dia em que se comemora a consciência negra no Brasil, próxima terça-feira, a comunidade quilombola de Alcântara, no Maranhão, receberá o primeiro Banco Comunitário Quilombola do País. A informação é da diretoria de comunicação do Programa de Promoção de Desenvolvimento Local e Economia Solidária (PPDLES) e o objetivo da instituição é o de facilitar o acesso ao crédito para pequenos empreendedores, além de impulsionar o desenvolvimento local.
Com capital inicial de R$ 50 mil, a instituição financeira fará operações com reais e também com a "moeda social", denominada Guará. "A finalidade da moeda social é estimular o consumo de bens e serviços produzidos pela própria comunidade", explica o diretor de Fomento da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (Senaes/MTE), Dione Manetti, por meio de comunicado à imprensa. Dos R$ 50 mil de fundo do Banco Quilombola, R$ 30 mil são provenientes do Banco Popular do Brasil, subsidiário do Banco do Brasil, e R$ 20 mil do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria Estadual do Trabalho e Economia Solidária (Setres).
Para o microcrédito produtivo, a cobrança de juros será de 0,5% a 2%, abaixo das taxas praticadas pelo mercado. O crédito pessoal será feito em Guará, sem taxa. "O Banco Comunitário é uma alternativa para a inclusão social e econômica dos quilombolas de Alcântara, sem que a gente tenha que depender das regras tradicionais", defende Servulo Borges, um dos idealizadores da comunidade.