O faturamento das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas oscilou pouco em janeiro deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado, conforme informou a Sebrae-SP. Segundo a pesquisa Indicadores Sebrae-SP, divulgada hoje, o faturamento real teve uma ligeira alta de 0,3% sobre janeiro do ano passado, ficando praticamente estável. Sobre o mês de dezembro, janeiro de 2007 apresentou retração de 4,1%. Estes dados foram divulgados quase dois meses após o fechamento dos dados. A assessoria de imprensa da instituição confirmou o atraso e disse que foi "um caso especial".
Os empresários, segundo o Sebrae-SP, estão menos otimistas quanto à evolução do faturamento das micro e pequenas empresas e ao desempenho da economia brasileira. De acordo com a pesquisa, em fevereiro de 2007, a maioria dos empresários (56%) acreditava na estabilidade do faturamento para os próximos seis meses, ante 54% em janeiro e 46% há um ano. É o maior nível já verificado pela pesquisa nesse índice. Também diminuiu a proporção dos que acreditam que a receita da empresa irá aumentar nos próximos 6 meses: eram 25% em fevereiro deste ano, ante 32% em janeiro de 2007 e 34% em fevereiro do ano passado.
Para o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, apesar do início de ano fraco, o cenário é de recuperação modesta. "A inflação sob controle e a conseqüente melhora dos rendimentos dos trabalhadores e a tendência de queda das taxas de juros, ainda que com reduções mais suaves em 2007, devem contribuir para alguma melhora na situação das micro e pequenas empresas", avaliou.
De acordo com o levantamento da Sebrae, apenas as micro e pequenas empresas do comércio tiveram crescimento expressivo, de 4,4%, na receita real em janeiro de 2007 ante o mesmo mês de 2006. A Sebrae atribui o bom desempenho às liquidações do início do ano e também às vendas do ano passado realizadas por meio de crediário, pois parte da receita foi recebida em janeiro. A crescente oferta de crédito também é apontada como fator positivo para o setor.
O setor industrial apresentou total estagnação, com 0% de crescimento. Já o setor de serviços mostrou queda de 7% no faturamento real. Para o economista Pedro João Gonçalves, do Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae-SP, a baixa foi puxada pela retração do faturamento dos serviços prestados às empresas. "E pode ser tomada como indício de que as empresas estão contendo seus gastos na contratação de terceiros", acrescentou.
Com relação à queda de janeiro em comparação com dezembro, de 4,1%, a instituição afirma que já era esperada, por conta da concentração de férias coletivas nas empresas, "particularmente na indústria", além da contenção de gastos por parte do consumidor, "que tradicionalmente ocorre após o Natal".
RegiõesO Grande ABC e o interior do Estado de São Paulo foram as regiões que registraram os melhores desempenhos no faturamento na comparação entre janeiro de 2007 e 2006, respectivamente com altas de 31% e 5,5%. Na comparação com dezembro de 2006, o Grande ABC também registrou alta, desta vez menor: 2,8%. O interior demonstrou variação negativa de 6,3%. Já o município de São Paulo e a Região Metropolitana apontaram quedas, respectivamente, de 8,8% e 3,9%.