A economia do país deve passar por um dos anos mais difíceis da última década em 2015. Com um cenário tão pouco animador, a palavra de ordem para quem quer investir seu dinheiro nos próximos meses é cautela.
Assim como em 2014, as opções conservadoras, como os fundos de renda fixa e a caderneta de poupança, serão as mais favoráveis.
Para o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Oliveira, a aplicação financeira mais indicada é a poupança.
A velha caderneta teve um desempenho ruim em 2014 - 6,43% -, por causa da taxa de juros mais alta, mas, segundo o especialista, além de ser um investimento seguro para quem tem poucas economias, com uma boa liquidez (a facilidade de converter em dinheiro), será uma precaução contra possíveis efeitos colaterais desse momento da economia.
"A poupança deveria ser a regra em 2015, com a inflação corroendo a renda e o risco de desemprego", diz Oliveira.
As aplicações de renda fixa, como CDB, fundos de renda fixa, LCI, LCA e tesouro direto também são boas pedidas, por apresentarem uma rentabilidade maior do que a da poupança - em torno de 10% em 2014 -, porém são mais indicadas para quem tem uma reserva superior a R$ 10 mil e não vai precisar dela a curto prazo.
Essas aplicações podem ser feitas em bancos ou corretoras, mediante a cobrança de uma taxa de administração em torno de 3%. Quanto maior for a aplicação, maior a chance de negociá-la.
Paulo Dantas aconselha que se tenha uma conversa detalhada com o gerente do banco antes de fechar qualquer opção. "É importante discutir com o gerente onde vai ser alocado o recurso e qual será a taxa de administração. Pergunte tudo, questione mesmo".
Dantas também alerta para as boas oportunidades que podem surgir com os imóveis. "É interessante diversificar os investimentos. Em momento de crise, há uma acomodação nos preços dos imóveis. Hoje estão lentamente caindo. Para quem tem uma reserva considerável, uma parte poderá ser usada para aproveitar as ofertas mais atrativas".
Pouco e a longo prazo
As opções de renda variável, segundo os especialistas, só serão indicadas para quem pensa a longo prazo. "Mas, o investidor deve reservar o mínimo possível para as aplicações desse tipo", ressalta Paulo Dantas.
No caso das ações, o economista sugere que não se aplique mais que 20% do total disponível. "Não se deve colocar nada além disso por causa do risco", frisa. Essa opção de investimento teve, aliás, o pior desempenho de 2014.
Miguel Oliveira aconselha quem for investir nos papéis que fuja das empresas de engenharia envolvidas no escândalo da Petrobras, a não ser que o investidor esteja visando resultados a longo prazo.
Quem teve as ações em queda em 2014 deve manter os papéis até que voltem a valorizar, diz o especialista. "Mas se estiver precisando se desfazer das ações, melhor fazer isso agora", afirma.
Moeda estrangeira é outra opção de renda variável que o executivo não indica, apesar da tendência de alta do dólar em 2015, fruto da recuperação da economia americana. "Só deve investir nisso quem vai precisar pagar dívidas em dólar ou viajar ao exterior".

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