Empreendedoras Valdete Maia e Denise Noronha apostam nas bolsas coloridas de tecidos
O mercado de moda sempre foi bastante atraente para mulheres que pensam em empreender. Peças quase que inseparáveis do público feminino, as bolsas são um dos artigos femininos mais vendidos, contando com uma infinidade de materiais, formatos, modelos e cores, os produtos possibilitam inovação e criatividade. Por isso cada vez mais no mercado se veem pessoas atuando nesse ramo.
Denise Noronha é artista plástica e confeccionava bolsas de tecido para usar no dia a dia pensando na necessidade de fazer algo sustentável. Começou o negócio, há um ano e meio, na casa dela na Vila Laura, em Brotas. "As pessoas começaram a se interessar pelo que eu usava e pediam para vender", conta. Preocupada com o meio ambiente, comercializa bolsas feitas com lona de caminhão, que são resistentes e úteis.
A design trabalha diretamente com a parte criativa dos modelos ao lado de Valdete Teixeira, que sempre teve contato com artesanato. Juntas, as duas produzem, por mês, cerca de 25 bolsas com aplicações de tecidos africanos e bordados. Os produtos são muito procuradas por idosos, pessoas que precisam de modelos específicos por orientação médica e por quem passa o dia todo fora de casa, por serem mais leves e práticas.
Por encomenda
No espaço de casa, com poucas máquinas, sem ajuda de funcionários e uma produção pequena, a artesã e microempresária Jace Piccinini trabalha com bolsas de um outro material: o couro. Bolsas, carteiras e cintos são seu foco hoje, mas há 15 anos, antes de ganhar sua primeira máquina que costurava couro, já empreendia produtos, como bijuterias e outros acessórios, para o público feminino.
Como já tinha vontade e curiosidade por fazer artigos de couro, começou a produzir inicialmente produtos menores, como cintos e carteiras e, hoje, faz bolsas de vários tamanhos para atender a todos os gostos e necessidades dos seus clientes, que sempre encomendam as peças conforme os gostos.
"O sucesso está diretamente ligado ao planejamento". É o que diz o técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e pequenas Empresas (Sebrae-BA), Fabrício Barreto. Segundo ele, se estiver pensando em montar um negócio em qualquer ramo, deve primeiro pensar em como se pode inovar naquela área, o que ainda falta no mercado e o que pode trazer de novo para os consumidores.
"As pessoas acham que precisam criar algo incrível que não existe, mas é preciso pensar em coisas que já existem só que de uma forma diferente", explica Fabrício. "Explorar as redes sociais para a divulgação é algo que não se deve deixar de fazer: as pessoas estão sempre em busca de novidades, e esses meios podem ser usados para promover seus produtos", completa.
Outra coisa muito importante é estar sempre atento às pesquisas de mercado e estudar sobre o produto. "Recentemente, fizeram uma pesquisa sobre o quanto as mulheres de diferentes classes costumam gastar com moda e artigos relacionados, é um tipo de dado importante para quem atua na área", alerta Barreto.
"Handmade"
A ideia do negócio handmade está centrada em produtos feitos à mão, por isso a quantidade produzida é bem menor que uma grande marca que vende o mesmo produto. E é isso que Denise e Jace querem passar para os clientes: exclusividade, personalização e originalidade, que já se tornaram marcas registradas de ambas.
"Cada produto é diferente, por mais que seja o mesmo modelo. É como se as bolsas tivessem uma identidade, pois são únicas", diz Denise. Jace já recebeu propostas para comercializar seus produtos em lojas, mas recusou. "Faço tudo sozinha, conforme o gosto do cliente, e já tenho uma demanda muito alta", diz. "No futuro pretendo expandir, mas, por enquanto, estou satisfeita", revela a microempresária.
* Sob supervisão da editora Joyce de Sousa (interina)