David Lee, vice-presidente da Le Biscuit, foi um dos palestrantes do XII Fórum de Liderança [B+], re
A rede baiana Le Biscuit vai inaugurar no final de maio o seu novo centro de distribuição (CD) de 18 mil metros quadrados, construído em Camaçari. O novo CD exigiu um investimento de R$ 40 milhões e vai gerar mais de 200 empregos diretos.
As informações foram divulgadas durante a palestra do vice-presidente da Le Biscuit, David Lee, no XII Fórum de Liderança [B+], realizado nesta terça-feira, 29, em Salvador. Promovido pela Revista [B+], o evento teve o apoio do Grupo A TARDE e contou com a presença do diretor-geral do grupo, André Blumberg.
Segundo David Lee, o CD localizado no bairro de São Cristóvão, em Salvador, será desativado para que as operações fiquem concentradas em Camaçari. Atualmente a empresa atua com dois centros, um próprio e outro alugado.
"Vamos ficar muito felizes em poder parar esse processo de operar dois CDs e mudar para um CD único, que tem a capacidade para atender nosso crescimento", afirma Lee.
Nascida em Feira de Santana em 1968, a Le Biscuit hoje é uma rede em processo de expansão nacional. Após a compra de 40% da empresas por R$ 160 milhões pelo fundo de investimentos Vinci Partners, em 2012, a Le Biscuit quase dobrou o número de lojas em um ano.
"Este ano, estamos dando uma recuada na expansão, não por falta de oportunidades, mas para nos reestruturarmos e, em 2015, voltarmos a uma expansão mais rápida. Vamos abrir 13 lojas. E até o final do ano estaremos presentes em 12 estados com 76 lojas", afirmou David Lee.
Além da abertura de lojas em outros estados, como São Paulo e Minas, a rede está ampliando sua participação no interior da Bahia, como as recentes inaugurações em Paulo Afonso e Jequié.
"Enxergo a possibilidade de termos 50 lojas na Bahia", diz Lee. A rede também vai abrir uma unidade no município de Luís Eduardo Magalhães, no final deste ano.
Palestras
O potencial de crescimento das redes de varejo regionais, como a Le Biscuit, e os desafios para o varejo em geral foram discutidos no fórum, em palestra do especialista em varejo Alberto Serrentino, sócio da Varese Retail.
De acordo com Serrentino, os níveis de crescimento observados no varejo até 2012, ampliados pelo acesso ao crédito e aumento de renda, não vão se repetir. No entanto, o especialista nega que há uma crise no varejo.
"Ano passado o consumo desacelerou, mas o varejo cresceu acima da inflação. O crescimento apenas foi menor do que nos 10 anos anteriores. Quando se consome baseado no crédito, a confiança é determinante", diz.
Para Serrentino, as empresas de varejo locais e regionais competem "de igual para igual" com grandes redes internacionais, como o Walmart, por exemplo.
"O Brasil é muito grande, muito extenso e muito fragmentado em termos de consumo. Sempre vai haver espaço para empresas regionais bem posicionadas", diz.
Serrentino citou como exemplo, a rede Zona Sul, presente no Rio, a rede Avenida, de Cuiabá, e a Pompeia, que possui 71 lojas de departamento, com atuação no interior do Rio Grande do Sul.
"Não é verdade que escala garante qualidade de operação. Muitas vezes, joga contra. Cultura, gestão e presença local definem muito mais o negócio", afirmou Serrentino.