Aluna explica projeto que usa maquete para desenvolvimento de ações para combater problema da dengue
Projetos científicos de estudantes da rede estadual da Bahia foram selecionados para a 15ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que será realizada no mês de março na capital paulista.
As iniciativas foram desenvolvidas ao longo do ano letivo de 2016 no âmbito do projeto Ciência na Escola, da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC).
As ideias criativas e inovadoras dos jovens cientistas dos colégios e centros de educação profissional das cidades de São Miguel das Matas, Valente, Ilhéus, Santa Maria da Vitória, Itatim e Barreiras serão apresentadas e avaliadas de 20 a 27 de março deste ano, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
Em Itatim (235 km de Salvador), um dos projetos finalistas é o Toxicidade de Plantas Medicinais em Larvas do Mosquito Aedes aegypti, das estudantes Cristiana Aparecida Couto e Noemy de Souza Queiroz, do 2º ano do ensino médio no Colégio Estadual Geovânia Nogueira Nunes.
O estudo mostra a eficácia de plantas como erva-cidreira e eucalipto na eliminação das larvas do mosquito.
Cristiana, uma das estudantes responsáveis pelo projeto, conta que pensou em uma área em que pudesse abordar utilizando poucos recursos. “Decidimos trabalhar com um projeto que envolvesse plantas”, explicou.
Ainda sem foco para definir o trabalho, as garotas tiveram orientação da professora Karine Najla de Jesus, que incentivou para que trabalhassem com base nos dados estatísticos de zika no município.
“Pensamos em algo que pudesse reduzir essa estatística e começamos a investigar plantas medicinais que tivessem capacidade de combater as larvas do mosquito”, revelou Cristiana.
Foram feitas pesquisas bibliográficas e entrevistas com moradores antigos que pudessem indicar plantas utilizadas por eles para espantar mosquitos. “E eles citaram a erva-cidreira e o eucalipto”, acrescentou.
Com os extratos, as estudantes fizeram testes com as larvas em um recipiente com água parada. Em 19 ml de água foram utilizados 1ml de extrato, um teste para cada uma das plantas.
Resistência
A professora de química Karine Najla, que orientou as garotas, contou que houve resistência dos alunos ao saberem que precisariam escrever um projeto.
“Alguns começaram a escrever, mas não seguiram em frente. Quando souberam que o projeto das colegas teve notoriedade, ficaram empolgados e prometeram escrever pesquisas na próxima oportunidade. O destaque delas foi um estímulo”, ilustrou.
Ela definiu o programa como de extrema importância: “Envolvê-los em projetos de pesquisas, que antigamente eram feitos apenas nas faculdades, é estímulo até no dia a dia na escola”.
* Estagiária sob supervisão do editor-coordenador Luiz Lasserre