Para os que realizaram o vestibular, serão disponibilizadas inscrições automáticas para nova prova | Foto: Divulgação | Bahiana
A Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública anunciou na manhã deste sábado, 5, o cancelamento do vestibular do curso de medicina para o semestre de 2021.1, realizado nesta sexta, 4, na modalidade online. Segundo a instituição, a decisão foi motivada por instabilidades no sistema, reportadas por diversos estudantes.
Em seu site oficial, a Bahiana se pronunciou sobre o ocorrido e garantiu que vai prezar pela isonomia do processo seletivo. "Como a instituição sempre zelou pela qualidade e segurança de suas ações, a Escola Bahiana acredita que esta é a melhor forma de garantir a lisura e isonomia de todo o processo".
Para os que realizaram o vestibular, serão disponibilizadas inscrições automáticas para uma nova prova, que deverá ser realizada somente no próximo ano, mas ainda sem data definida. Aqueles que não desejarem realizar o processo, o valor da taxa de inscrição será restituído para o candidato.
Através das redes sociais, os alunos que realizaram o mesmo processo no semestre anterior, turma de 2020.2, também se posicionaram através de comunicado sobre as falhas ocorridas no vestibular. Em nota, eles afirmaram que essa também foi a realidade de processos seletivos de outros cursos de saúde da Bahiana, classificando o ocorrido como "inadmissível" e tornando a prova como "injusta e excludente".
Nos comentários da publicação da Bahiana no Instagram, com o comunicado do cancelamento do vestibular, diversos estudantes se manifestaram de forma negativa à situação ocorrida durante o processo seletivo. "Absurdo" e "falta de respeito" foram os termos mais utilizados para descrever o episódio.
"É bom vocês refletirem e cobrarem da empresa contratada para organização do processo seletivo um pouco mais de responsabilidade. A prova dos outros cursos já tinha apresentado inúmeros problemas e vocês cruzaram os braços diante disso", diz um dos comentários na publicação.
Em outros casos, algumas pessoas ainda consideraram o cancelamento uma decisão correta por parte da instituição, mas solicitaram que a Bahiana divulgasse o gabarito da prova realizada nesta sexta, para que os candidatos pudessem ter uma melhor noção de seus desempenhos.
Por fim, a instituição ainda reiterou que a iniciativa de realização da prova online ocorreu, exclusivamente, com o intuito de garantir a segurança de todos os envolvidos, em decorrência do momento de pandemia.
Problemas e incertezas
O professor André Luiz Souza do Carmo, que dá aula em cursinhos pré-vestibular e em escolas particulares da capital baiana, contou que essa não é a primeira falha apresentada pelo sistema da Bahiana. No dia 27 de novembro, a instituição realizou um processo seletivo para cursos de saúde pública (biomedicina, fisioterapia e outras áreas) com a mesma plataforma utilizada para medicina.
No primeiro vestibular, uma série de falhas do sistema já havia sido apontada pelos estudantes durante a prova. Por conta dos transtornos, a instituição enviou comunicado afirmando estar ciente dos problemas e que estava reunida com a Strix, empresa terceirizada responsável pelo processo seletivo, para solucionar as falhas.
"Os alunos foram fazer a prova ontem, prevista para começar às 14h10, tendo acesso à plataforma liberado desde 13h. No entanto, desde esse horário (13h) os alunos já estavam apresentando os mesmos problemas do anterior, além de muitos outros [...] Na madrugada de ontem para hoje, eles emitiram um comunicado anulando o processo. Só que agora temos a questão dos alunos que conseguiram fazer a prova, foram bem e não terão o seu direito assegurado", explicou o docente.
Ele também explicou que, com a confirmação de um novo processo seletivo, ainda seguem as dúvidas sobre como funcionará essa situação, se utilizarão a nota do Enem ou se será uma feita nova prova pela faculdade, por exemplo, além da necessidade de uma data para esta segunda opção.
"Os alunos estão preocupados com tudo isso. A preparação para medicina tem que ser muito cuidadosa. Existem alunos que estão tentando passar há três ou quatro anos e eles estão vendo os seus sonhos serem jogados de um lado para o outro", completou André.
*Sob supervisão da editora Thaís Seixas