Isabela Andrade, de 19 anos, afirmou que, mesmo com a crise sanitária que o país vive, a prova é a uma porta de entrada pra vários estudantes | Foto: Rafael Martins | Ag. A TARDE
No primeiro dia de aplicação das provas do Enem em Salvador, estudantes relatam preocupação em fazer o exame em meio à pandemia de Covid-19.
Presente no Colégio Central para prestar a prova pela segunda vez, o estudante Yuri Fêsan, de 24 anos, lamentou a execução do Enem durante a crise sanitária, que já vitimou mais de 208 mil brasileiros.
Para Fêsan, a execução da prova, neste domingo, 17, promove a desigualdade entre estudantes que puderam se preparar e aqueles que não tiveram ferramentas educacionais disponíveis para continuar com os estudos durante o isolamento.
“Não era o momento. Ainda mais com os últimos acontecimentos, como a falta de oxigênio em Manaus, e com muitos estudantes de escola pública que não puderam estudar durante esse período e foram os mais prejudicados. Muitas não tiveram acesso ao ensino remoto, então era sim para adiar”, confessou.
A estudante Isabela Andrade Pereira, 19, que veio de Jequié, a 195 km de distância da capital, afirmou que mesmo com todas as dificuldades diante de uma pandemia, que obrigou os estudantes a se adequarem ao ensino remoto, a preparação foi feita e a execução da prova neste domingo deve ser feita com calma e atenção.
“Diante de tudo que tá acontecendo foi um momento muito difícil, mas eu obtive recursos para estudar no modelo EAD, é um pouco estranho por estarmos acostumados ao modelo presencial, mas obtive todo o apoio dos professores então acredito que os conteúdos foram dados e agora é o momento de manter a calma e aplicar o que foi aprendido”, avaliou.
Na expectativa de cursar Medicina, a estudante apontou que, mesmo com a crise sanitária que o país vive, a prova é a uma porta de entrada pra vários estudantes.
“Talvez não seja a melhor hora para aplicar essa prova, mas temos que levar em consideração que muita gente depende desse Enem para mudar suas vidas e é uma grande oportunidade para as pessoas das escolas públicas e particulares”, pontuou