Elizeu Oliveira, aluno de fisioterapia, presta serviços à comunidade
A procura de estudantes por cursos de extensão com desenvolvimento de atividades práticas tem sido crescente nas universidades e faculdades baianas. Em busca de experiência, muitos jovens recorrem a programas que têm a prática da profissão que escolheram como principal atrativo. Por conta da grande procura, por exemplo, a Ação Curricular em Comunidade e em Sociedade (ACCS), da Universidade Federal da Bahia (Ufba), antes uma atividade prática de extensão, tornou-se componente curricular obrigatório nos cursos de graduação. Diretores de faculdades particulares também apontam um aumento da procura.
Esse crescimento é explicado pelos diversos benefícios das atividades práticas ao aperfeiçoamento dos estudantes, dentre eles o aprendizado na prática, a certeza da escolha da profissão e o desenvolvimento de qualidades como a responsabilidade e o amadurecimento.
A realização de atividades práticas na graduação foi importante para tirar algumas dúvidas das estudantes de psicologia Yale Santos, 25 anos, Camila Lima, 22, Priscila Ayres, 21, e Carolina Bastos, 35. Antes do contato com a prática, as jovens ainda tinham algumas incertezas sobre a área em que atuariam na psicologia ou mesmo sobre a escolha da carreira.
Camila Lima, por exemplo, optou por trabalhar com psicologia organizacional quando passou a realizar seleções, dinâmicas de grupo e avaliações psicológicas de candidatos a vagas de emprego. Tudo isso foi possível porque a faculdade onde estuda possui um programa de atendimento a pequenas empresas que não podem custear processos de seleção de profissionais. A instituição de ensino, então, presta esse serviço gratuitamente às pequenas empresas com a supervisão de professores e a atuação dos estudantes.
Já Carolina Bastos e Priscila Ayres tiraram dúvidas que vão além da área na qual atuam. Se nos primeiros semestres, quando ainda só assistiam as aulas teóricas, ainda não tinham certeza de que gostariam mesmo de trabalhar com psicologia, a prática acabou com qualquer hesitação. "Você conhece o dia a dia, como o trabalho funciona na realidade. No meu caso, comecei a criar uma identificação maior. E se havia alguma dúvida antes, agora não tenho mais nenhuma", afirma Priscila.
Responsabilidade
Professores e coordenadores de cursos de universidades e faculdades são unânimes ao afirmar que a participação de estudantes em atividades práticas ainda na graduação melhoram não apenas a fixação do conteúdo teórico como também é capaz de estimular o desenvolvimento de qualidades importantes nos futuros profissionais.
A responsabilidade é uma delas. Estudante de fisioterapia, Elizeu Oliveira, 26, passou a ter mais noção de responsabilidade quando começou a atender pacientes nos quatro cursos de extensão que fez durante a graduação. "Passamos a ter uma dimensão maior do nosso trabalho porque não temos só a responsabilidade com os estudos, mas também com as pessoas", afirma.
A coordenadora do Centro de Estudos e Atendimento Dietoterápico (Cead) da Uneb, explica que, em relação a um estágio, os cursos práticos nas instituições contam com a constante orientação de professores. Além de acompanhar o trabalho dos alunos, dão um feedback sobre as atividades e resultados. "Procuramos integrara o saber científico à prática dos profissionais, incorporando conhecimentos acadêmicos por meio de inserções científicas, com discussões e questionamentos e não deixando de ver a prática".