O chefe de cozinha Rafael Ribeiro já trabalhou como assistente de garçom em um navio italiano
A alta temporada de contratações para cruzeiros marítimos inicia-se em dezembro, mas já começaram a aparecer vagas para tripulantes. Só no SineBahia são 440 vagas, sem contar o cadastramento em sites de recrutamento especializados que pode ser feito durante todo o ano.
Entre os principais atrativos dos cruzeiros estão os salários, recebidos em dólares e que podem chegar até R$ 5 mil, e a possibilidade de visitar roteiros turísticos do mundo. Esses foram os motivos que atraíram o chefe de cozinha Rafael Ribeiro, que em 2013 se candidatou a vaga de assistente de garçom em um navio italiano. No entanto, ele explica que, antes da remuneração em dólar, o candidato irá gastar reais.
"Com os custos de cursos e passagens, o meu investimento foi de R$ 5 mil. Mas pode chegar até R$ 10 mil, levando em conta a hospedagem, malas e outras compras", conta.
Os investimentos a que se refere Ribeiro são os cursos preparatórios, como o de primeiros socorros, que são realizados por empresas credenciadas à Marinha em alguns estados do país e pagos pelo tripulante.
"Normalmente esses cursos são feitos quando o profissional já está aprovado. É uma preparação necessária para conhecer a rotina dentro do navio", explica Luiz Trindade, sócio-diretor da Portside, agência de recrutamento para tripulantes.
Apesar das paisagens e do clima de diversão, o fundador da Summer Factory, empresa especializada em entretenimento para cruzeiros marítimos, Felippo Principe, lembra que trabalhar em cruzeiro não é sinônimo de férias. "É um trabalho puxado e que exige muito do físico e emocional. É fundamental entender que é necessário disciplina", diz.
Quem lembra da rotina puxada é Ribeiro, que mesmo passando apenas quatro meses, dos oito que constam em contrato, ressalta a exaustiva carga horária. "Às vezes chegava a trabalhar 13 horas por dia, com pequenos intervalos", disse.