Patrícia Scardino apostou em marca e bottons para a empresa
Quem é dono de um pequeno negócio, ou mesmo pensa em se lançar como microempreendedor, deve ter em mente que, para além de um bom produto ou serviço, precisa também de uma marca – ou identidade visual – que ajude a mandar uma mensagem, vender mais e crie uma relação de empatia com o consumidor, dizem os especialistas. Mas tudo é dinheiro, e isso, não é novidade para ninguém, anda mais escasso do que nunca (confira dicas abaixo).
A boa-nova é que o Sebrae possui um programa que subsidia em até 70% os custos de criação em comunicação para pequenas empresas, por meio do chamado Sebraetec. De acordo com o consultor empresarial Wagner Carvalho, desde o início do mês o serviço já pode ser contratado diretamente pela internet, com direito de o usuário poder simular o valor do trabalho que deseja realizar.
Da criação de uma logomarca, mascote, slogan, website, a um anúncio para jornal; passando por uma nova fachada ou leiaute interno da loja. “Qualquer que seja a necessidade do cliente, ele pode encontrar uma solução bem em conta para isso”, diz ele.
Carvalho explica que todos os serviços são prestados por profissionais “cadastrados” e selecionados pelo Sebrae, por meio de edital público, e que na página da instituição há a informação de todos os serviços oferecidos, juntamente com os respectivos valores de mercado – e um simulador calcula o desconto de 70% e dá o preço final ao usuário.
Quem já fez uso do aplicativo fala em “alavancagem” das vendas, a exemplo do engenheiro eletricista George Mota, sócio, ao lado da mulher (engenheira química), da Difulô Atelier de Aromas. Com apenas um ano no mercado, Mota diz que seus produtos – spray aromatizador de ambiente, sabonete líquido, difusor de varetas, entre outros – passaram a ter outra aceitação depois da criação de um rótulo para a marca.
Agregar valor
“Estamos hoje nos principais shoppings da cidade, sempre em lojas colaborativas e, no próximo mês, vamos inaugurar um espaço próprio, no (bairro) Cidade Jardim”, diz Mota, que começou em casa a manipulação das fragrâncias. “Visualmente meu produto está muito melhor, agregou muito valor. Estou concluindo o plano de negócios da nova loja para, então, investir mais nessa área”.
Ele conta ainda que, antes disso, já havia comprado na internet um “pacote inicial” composto de logomarca e cartão de visita. “Há outras ações de promoção, mas, para isso, é preciso recurso. Vou estudando, me virando como posso, mas nem todo mundo entende de marketing”, diz.
Depois de vários anos trabalhando com festas e produção de bolos e salgados – e de ouvir de clientes e conhecidas que gostariam de “degustar outros produtos” –, a bufeteira Patrícia Maron Scardino decidiu que era hora de abrir um café. E logo se deu conta de que também precisaria “dar uma cara” ao negócio, que tem a proposta de oferecer alimentos feitos de forma artesanal e com toque caseiro.
Foi, então, que ela recorreu a uma agência digital de publicidade e propaganda para que a auxiliasse na materialização e criação de imagem do Café Filó. “Desde o início, eu tinha em mente que era preciso transmitir a ideia exata do meu produto, que é feito com muito cuidado, de forma bem artesanal, caseira. E o designer captou bem a ideia”, conta.
Segundo Patrícia, o resultado é o desenho de um coador de tecido, com o pingo da bebida caindo compondo o acento da palavra café, passando a ideia de algo feito com amor. “Fiquei muito feliz”, diz ela.
Patrícia conta que, a partir daí, confeccionou bottom, avental, almofada, tudo fazendo referência à marca. E fala que o próximo passo é investir na criação e gerenciamento de um perfil no Instagram.
“Inauguramos (em uma clínica médica no Itaigara) mês passado, e tem sido um sucesso. Servimos almoço leve, sopas com pão artesanal italiano, e nossa marca é cuidado. O que todo mundo diz é que o tempo de espera diminuiu, ou que ficou muito mais agradável esperar pela consulta”.
Conteúdo
Publicitária responsável – ao lado do sócio, na agência Austrália Criativa – pela criação da logomarca do Café Filó, a publicitária Veronica Nobre diz que, de um tempo para cá, houve um boom na participação de pequenos anunciantes com demandas em comunicação. E fala que o seu negócio explora exatamente esse nicho no mercado.
“Para investir em mídia off line (impressa, por exemplo) é preciso orçamento, o que anda difícil. E tem as redes sociais que são de graça, mas precisa um gerenciamento, precisa movimentar, gerar conteúdo que dialogue com o seguidor, que gere interação”, diz Veronica. “Tudo isso agrega valor à marca, diz respeito à experiência. E serve para quem está começando um empreendimento, ou precisa de um novo posicionamento da marca”.