Para alavancar o negócio, Eduardo Farias, da Vila Natural, loja de produtos naturais, investiu em parcerias e publicidade nas redes sociais | Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE
O novo ano pode ter chegado acompanhado da pandemia de Covid-19, mas junto também veio a esperança de empreendedores em abrir o próprio negócio. Mas no que investir? Para a Associação de Jovens Empreendedores na Bahia (AJE) e o conselheiro, Marcos Casaes, são quatro as tendências de negócios para 2021: alimentação saudável, moda acessível e inclusiva, mercado pet e a tecnologia dos drones.
Identificar o que falta no mercado e aproveitar a oportunidade são o pontapé inicial. Mas e depois?
“É de suma importância realizar uma pesquisa de mercado no momento atual, assim como entender profundamente a área que pretende atuar e assim se diferenciar dos demais”, explica Casaes.
Mas, acima de tudo, é preciso não ter pressa, afirma a analista do Sebrae Bahia Isabel Ribeiro, isso porque o primeiro trimestre será lento e turbulento para os empreendedores.
“É um momento de crise econômica-política. Estamos aguardando o resultado da votação dos poderes sobre os auxílios financeiros do governo, e o comportamento irresponsável de parte da população diante do perigo do vírus é outro agravante”, ela explica.
No entanto, mesmo que o cenário não seja dos melhores, ao se manter focado e com os pés no chão, o sonho de se tornar seu próprio chefe pode se tornar realidade. Isso funcionou muito bem para Eduardo Nazaré de Farias, sócio-proprietário da loja de alimentação saudável, Villa Natural (@villanatural2020), que foi inaugurada no dia 4 de fevereiro de 2020, um pouco mais de um mês antes da pandemia assolar o país.
“Tinha investido muito na loja, principalmente nos produtos. Só pensava que não poderia entrar no jogo já perdendo, e orei muito a Deus para que me desse alguma ideia. Foi então que comecei a procurar parcerias, com outros negócios do ramo de alimentação e também com influenciadores digitais. A internet realmente me ajudou muito na divulgação da loja”, ele conta.
Farias ainda enfatiza que, se há algo que aprendemos no último ano, é cuidar melhor de nós mesmos e dos outros. “Por isso acredito que 2021 será um ano muito promissor para o setor. As pessoas estão se exercitando mais e mudando hábitos alimentares. Então cabe a nós, empreendedores, sermos criativos, receber bem esses clientes e sempre focar na inovação”, explica.
Repensar velhos hábitos parece ser o mantra de 2021, e tal pensamento cai como uma luva em outra tendência de negócio para este ano, a do mercado de moda. Quem bem entende disso é a design de moda e dona da marca Rayzez Slow Fashion (@rayzezoficial), Carolina Carvalho, que durante a pandemia viu as vendas aquecerem.
“Trabalho com upcycling [reutilização], customização e peças sob medida, e espero que 2021 seja um ano de crescimento no mercado. Ter peças versáteis mostra que podemos nos vestir bem consumindo pouco, o que é maravilhoso, pois respeitamos o socioambiental e exploramos nossa criatividade”, ela explica.
Mas se tem uma tendência de negócio para 2021 que entende bem de criatividade é a do mercado pet. De ensaios fotográficos a balada para cães, o mercado para os animais de estimação parece não ter fim. E se manteve firme em seu crescimento na pandemia graças à relação emocional que existe entre os pets e seus tutores, afirma a médica veterinária Laura Pinho, que junto ao sócio e médico veterinário Sérgio Vidigal, comanda o centro veterinário PetVet (@soupetvet).
“O distanciamento social fez com que os animais tivessem mais atenção e os tutores passaram a perceber alterações que antes não observavam. Além disso, com o isolamento, ter um pet trouxe conforto emocional e companhia, e muitos foram adotados durante a quarentena”, afirma. Vale lembrar que as clínicas e lojas veterinárias foram consideradas essenciais e permaneceram abertas, e com a atenção extra aos pets, o fluxo aumentou não apenas em atendimentos, mas também nas vendas de produtos.
Concorrência
“Apesar desse nicho ser visto como promissor, é importante lembrar que atualmente trata-se de um ramo altamente competitivo e que exige cada dia mais profissionalismo", ressalta Pinho. E das quatro tendências de negócios para 2021, a que mais se aproxima das nossas necessidades atuais é a da tecnologia dos veículos aéreos não tripulados, os drones.
“A pandemia chegou com o afastamento social e os drones poderão resolver muitas situações futuras, como a entrega de encomendas e documentos sem contato físico. Por isso arrisco a dizer que eles são o futuro e acredito que em 2021 os avanços serão feitos principalmente na área de transporte e logística”, explica Maurício Carvalho, engenheiro civil e sócio-proprietário da Dronics Brasil.
Ele acredita que é uma boa área de investimento, pois o novo ano irá consolidar a era “smart” aos assistentes de voz junto com a recuperação gradativa da economia brasileira. “As residências e escritórios mais populares terão cada vez mais essas integrações e todos comandados por sua voz: abrir portas e cortinas, ligar a TV e ter um personal trainer no celular. Tudo isso com seu relatório de consumo de energia e atividades registradas. A cada dia esses equipamentos se tornam mais acessíveis”, fala Carvalho.