O treinador Charles reflete durante treino
Não é de hoje que o Bahia sabe o que é agonizar no Campeonato Brasileiro. Mas a hora da decisão, que vai determinar se o Tricolor será mesmo degolado ou não para a Série B, pode chegar antes do que se imaginava.
Por conta dos resultados da última rodada, o Esquadrão comandado por Charles Fabian pode acabar rebaixado ainda neste final de semana. Por isso, a partida de logo mais, na Fonte Nova, contra o Atlético-PR, às 20h (horário local), ganha contornos de vida ou morte.
O alento é que a chance da queda se consumar ainda nesta 36ª rodada, no entanto, ainda é das mais remotas, e dependeria de uma complexa combinação de resultados. Para continuar na briga por um lugar na elite, basta ao Tricolor vencer ou empatar em casa.
Se perder, os tricolores terão que ficar de olho nos jogos de domingo. Triunfos do Vitória - que enfrenta o Figueirense, em Florianópolis - e da Chapecoense - que encara o Botafogo, em Chapecó -, além de uma vitória do Coritiba ou do Palmeiras - que se enfrentam na capital paranaense - significariam, automaticamente, o rebaixamento antecipado do Esquadrão.
Mas nem tudo está perdido. Um triunfo, por outro lado, pode deixar o Bahia a apenas um ponto de escapar da degola. Para isso, seria necessária outra engenhosa combinação de placares. Pode colocar a calculadora para funcionar, torcedor: além de conseguir os três pontos em casa, o Tricolor precisa de derrotas do rival rubro-negro, do Coxa e do Verdão catarinense.
Sem o 9
Para uma partida tão decisiva, o técnico Charles Fabian não terá o artilheiro da equipe na Série A desse ano. Kieza deixou o campo no último jogo, contra o Criciúma, após receber uma pancada na lombar. O exame, realizado na sexta-feira, 21, não apontou lesão no local, mas o atacante continuou com muitas dores e está vetado para a partida.
No último treinamento, o comandante escalou Henrique para jogar na vaga, mantendo o esquema utilizado nas duas últimas partidas, com apenas um atacante e laterais avançados.
Apesar de lamentar o desfalque, o treinador acredita que a mudança pode beneficiar o time. "As características dos dois são distintas. Kieza prende bem a bola, disputa mais a bola aérea, e o Henrique tem mais velocidade. A diferença está aí, ganhamos mais mobilidade", disse.
Charles reconhece, no entanto, que o jogador atravessa uma seca de gols. O último foi no dia 27 de agosto, contra o Internacional, pela Sul-Americana. "Atacante realmente vive de gols, mas Henrique é talvez o jogador que mais treina aqui. Mesmo perdendo gols, pela postura que tem nos trabalhos do dia a dia, tem o respeito dos companheiros. O gol vira detalhe", finalizou.