Goleiro Jean assiste ao Bode balançar as redes tricolores
Os 10 gols sofridos nas últimas cinco partidas evidenciaram, de forma inconteste, onde está o 'calcanhar de Aquiles' do Bahia, que fará a final da Copa do Nordeste, nesta quarta-feira, 29, e a do Campeonato Baiano, no domingo, 3.
Para efeito de comparação, tanto Ceará quanto Vitória da Conquista, adversários nas respectivas decisões, levaram somente três gols em seus últimos cinco jogos.
No duelo de ida, quarta passada, os cearenses venceram o Bahia, em Salvador, por 1 a 0. Nesta quarta, jogam pelo empate (o Bahia será campeão com qualquer triunfo, à exceção do 1 a 0, que leva a decisão para os pênaltis). Já os conquistenses, que há dois dias aplicaram 3 a 0 em casa, só não levam a taça domingo, na Fonte Nova, se perderem pela mesma diferença de gols.
No Esquadrão, o desastre defensivo foi marcado por falhas coletivas e, principalmente, individuais. Seis dos 10 gols surgiram após erros grosseiros de atletas tricolores.
O tento do Ceará veio de um frango do goleiro Jean. No domingo passado, o zagueiro Thales errou ao tentar cortar e acabou desarmado por Diego Aragão, que marcou o segundo do Conquista. Outro frango foi o de Douglas Pires, após Renê cobrar falta para a área na vitória por 3 a 2 sobre o Sport, na semifinal do Nordestão.
Titi, por sua vez, também em um triunfo por 3 a 2, só que contra o Nacional-AM, pela Copa do Brasil, foi tentar afastar a bola, mas chutou-a contra um jogador adversário, deixando outro na cara do gol.
Já Bruno Paulista, após bolas alçadas na área, vacilou duplamente, no terceiro triunfo por 3 a 2, dessa vez ante a Juazeirense, pelo Baianão. No primeiro lance, cabeceou errado. No segundo, 'furou' a cabeçada.
"Quando se joga um futebol ofensivo e vistoso, como é o caso do Bahia, você automaticamente deixa o time mais vulnerável lá atrás. Vejo este como um momento natural do Bahia. Nós, da defesa, temos total confiança em nosso trabalho. Porém, sabemos que é preciso diminuir a quantidade de gols sofridos", ponderou o zagueiro e capitão Titi.

Queda de produção
O rendimento da defesa tem sido o termômetro do Bahia, que vem caindo de produção. Antes da série de 10 gols em cinco jogos - média de dois por partida -, o time havia feito 19 partidas no ano, com 14 tentos sofridos. Média de 0,7.
Vale lembrar que, antes das duas derrotas, o Tricolor tinha 16 jogos de invencibilidade.
As falhas coletivas também têm sido gritantes. A ausência de marcação na entrada da área levou ao segundo gol do Nacional-AM, em que Charles teve tempo de sobra para pegar um rebote, ajeitar o corpo e finalizar o lance.
Contra Sport e Vitória da Conquista, o tento que abriu o placar foi semelhante: falta cobrada para a área e a defesa do Bahia assistindo ao jogador rival cabecear para a meta.
Já no último gol da série, a equipe conquistense puxou contra-ataque com liberdade. A bola chegou a André Beleza, que, diante do inerte lateral Tony, dominou, ajeitou e bateu.
"Não vejo queda de rendimento. O mais importante é trabalhar dia a dia para poder chegar até a final. E foi o que fizemos. A final é um outro campeonato. E ela está em disputa ainda. É preciso confiar no Bahia", opinou Titi.