Tricolor treinou na Fonte Nova, palco da partida contra o CRB
Se o clima no Fazendão não é dos melhores, por que não um samba para combater o baixo astral? "Esse jogo não pode ser um a um / se o meu clube perder é zum-zum-zum / ah, e eu mato um! / Mas o jogo não é um a um / se o meu clube perder é zum-zum-zum".
Assim cantava o paraibano Jackson do Pandeiro, há mais de 50 anos, no seu clássico samba Um a Um, e poderia cantar nesta terça-feira, 1º, torcedor tricolor a caminho da Fonte. Se por um lado o Esquadrão está há seis rodadas sem perder, nas últimas quatro empatou pelo insosso placar de 1 a 1. E outra igualdade poderá gerar o maior 'zum-zum-zum' na cabeça do técnico Sérgio Soares.
O Bahia enfrenta o CRB, às 20h30, pela 22ª rodada. 'É encarnado, azul e branco contra encarnado e branco'. E, como bem diria O Rei do Ritmo, "um empate para mim já é derrota". E com razão: se perder, o Tricolor pode ficar a três pontos do G-4 e a seis do líder.
Empatar quatro jogos seguidos não é algo comum. Com o Tricolor, por exemplo, aconteceu pela última vez em 1994, quando largou na 2ª fase do Brasileiro com quatro igualdades. A curiosidade fica para os placares: Botafogo 1x1 Bahia, Bahia 1x1 Paraná, Bahia 1x1 Palmeiras e São Paulo 1x1 Bahia. Na 5º jogo, o Tricolor perdeu para o Sport por 2 a 1.
Time em baixa
Pena que o torcedor não pode cantar mais nada do clássico de Jackson do Pandeiro. Continuaria o sambista: "O meu clube tem time de primeira / sua linha atacante é artilheira / a linha média é tal qual uma barreira / o center-forward corre bem na dianteira / a defesa é segura e tem rojão / e o goleiro é igual um paredão".
Muito pelo contrário: a Nação anda na bronca com os jogadores. No domingo, 30, no desembarque em Salvador após o empate com o Mogi Mirim, o grupo foi recebido por torcedores ao som de "time sem vergonha" e "respeita, medalhão, meu Bahia é tradição".
O capitão Kieza concordou com a torcida e defendeu o técnico: "Acho que a responsabilidade é dos jogadores. Estão batendo muito no Sérgio, que o cara de três meses pra cá não presta mais, e isso não existe. Ninguém está jogando mais como antes, e me incluo nisso", disse. "Acho que os atletas têm que assumir isso. A gente conversa bastante, mas tem que mudar a postura dentro de campo, porque tá complicado", completou.
'K-9' concorda que o Bahia perdeu a identidade que havia adquirido. "A gente não tem conseguido jogar, e precisamos mudar isso. Nessa última partida, fomos abaixo do que estamos acostumados. Não temos tempo para lamentar, é preciso corrigir e fazer o melhor para conseguir o resultado positivo", concluiu.
Treino fechado
Como já se tornou tradição, o último treino antes do duelo aconteceu com portões fechados. A atividade teve como palco a Fonte Nova. Sérgio Soares não contará com Souza, que recebeu o terceiro cartão amarelo contra o Mogi Mirim. Para a vaga, ele pode optar por Tiago Real, Eduardo ou Rômulo. O último, que entrou na etapa final da partida no interior de São Paulo, é o favorito.
No ataque, Alexandro deve perder a vaga. Zé Roberto e João Leonardo brigam por ela, com vantagem para o primeiro, que também entrou na etapa final do último duelo. A zaga terá o retorno do titular Robson. A lateral direita ainda vai ter Hayner, já que Cicinho e Adriano seguem lesionados.
Homenagem
A partida desta terça terá um minuto de silêncio em homenagem ao ex-jogador Gabriel Moreira, que defendeu o Bahia e o CRB.
Irmão de Aroldo Moreira, atual técnico do sub-20 do Tricolor, ele faleceu na madrugada de sábado, aos 46 anos, em decorrência de uma parada cardíaca. Gabriel jogou no Esquadrão no final da década de 90 e no time alagoano no começo dos anos 2000.