Edigar Junio está longe de viver a fase artilheira do ano passado
O empate contra o Atlético-PR, no último domingo, representou mais do que um ponto na tabela do Campeonato Brasileiro. A partida evidenciou o que é o time do Bahia no momento: dono de uma defesa que vai se virando bem e de um ataque sem a pontaria em dia.
0,28
é a média de gols de Júnior Brumado, na primeira temporada
em que iniciou o ano no elenco profissional. Já Edigar Junio tem média de 0,25 gol por partida em 2018
O desequilíbrio entre os setores ficou mais agravante no Brasileirão. No certame, em três rodadas, o time só balançou a rede uma vez. No quesito gols pró, o Tricolor só fica na frente de Ceará e Cruzeiro, que ainda não marcaram. Dois fatores podem explicar o problema.
Perfil conservador
Quando anunciado o retorno do técnico Guto Ferreira, o torcedor certamente se lembrou do passado recente do treinador no comando do Tricolor, no qual foi campeão da Copa do Nordeste em 2017 e vice-campeão do Baiano no mesmo ano, além de ter conquistado o acesso com o time à elite do futebol nacional, em 2016.
315,2
minutos são necessários, em média, para Edigar balançar as redes nesta temporada. O atacante tem 5 gols em 20 partidas. Já Brumado precisa de 122,25 minutos
Outra lembrança dizia respeito ao perfil adotado por ‘Gordiola’, que, salve a brincadeira do apelido, em nada se parece com o treinador espanhol. Guto é um treinador que prioriza a solidez defensiva, logo, seus times sofrem poucos gols. Por outro lado, ele possui certo conservadorismo no setor ofensivo, algo percebido nos jogos do Bahia, quando a fluidez das tramas é comprometida pelo pragmatismo do esquema adotado e, principalmente, pela falta de criatividade dos jogadores.
Artilheiro em má fase
Outro fator que pode explicar o déficit ofensivo é a ausência de um centroavante de ofício. Jogando com Edigar Junio improvisado, o time ganha em mobilidade e técnica, mas perde no quesito decisivo: empurrar a bola para a rede.
Apesar de artilheiro no ano passado, Edigar não é um atacante nato, com exímio faro de gol. A pontaria dele, inclusive, não anda das melhores nesta temporada. Em 2018, o atacante já entrou em campo em 20 partidas – sendo reserva em apenas uma, contra o Blooming, pela Copa Sul-Americana – e marcou cinco gols.
Isso significa que ele precisou, em média, de 315,2 minutos para fazer um gol, ou seja, são necessárias três partidas e meia para ele balançar a rede. Números bem diferentes em relação aos do ano passado, quando anotou 15 tentos, com uma média de um gol a cada duas partidas.
Seu substituto imediato é Júnior Brumado. O jovem da base tricolor vem mostrando potencial, tanto na pequena área, com poder de decisão, como recuando para tramar as jogadas.
Em seu primeiro ano como profissional de fato, ele não vem fazendo feio: nos 489 minutos em atuou nesta temporada, Brumado já anotou quatro gols. Disputou 14 partidas – a maioria entrando no segundo tempo. Praticamente uma partida e meia para fazer um gol.
Números que ainda não falam muito sobre o que esperar de um jogador de apenas 18 anos, mas já indicam um olhar mais atento sobre seu futebol. Brumado e Edigar têm, na Série A, índices de aproveitamento nas finalizações parecidos (em torno de 33%), mas o garoto arrematou metade das vezes em relação ao titular.
Outra solução pode vir de fora. A diretoria monitora o mercado e planeja contratar um reforço para o ataque.
Nova chance
Na segunda-feira, 30, o Bahia voltou aos treinos visando ao confronto com o Botafogo-PB, quinta-feira, na Fonte Nova. Guto terá à disposição os mesmos jogadores de ataque que atuaram diante do Atlético-PR. Eles terão nova chance de mostrar serviço.
*Sob supervisão do editor Daniel Dórea