Ex-jogador com passagens pela dupla Ba-Vi, Eliseu diz que nova Fonte Nova é um avanço
Não tem nada da Fonte Nova antiga... Nada, nada mesmo", diz um admirado Eliseu Godoy, em livre exercício de comparação. A convite do ESPORTE CLUBE, o ex-jogador, com passagens pela dupla Ba-Vi nas décadas de 1960 e 1970, aceitou visitar o estádio baiano pela primeira vez, e justo na semana em que o cronograma indica 99% de conclusão das obras civis (tudo aquilo que está contudo no escopo do projeto) e repasse do equipamento para o governo - marcada para ocorrer nesta sexta-feira, 8 de março.
Apontando para o gol do Dique do Tororó, a baliza que Eliseu recorda ter feito a maioria dos seus gols, o antigo meia avança no confronto entre as duas praças, representantes de épocas distintas.
"A Fonte Nova que eu conheci sobrava em emoção, mas pecava em organização e cuidado com o torcedor, que sentava no cimento quente pra ver o jogo. Essa não. A emoção continuará presente, mas há conforto, segurança e um lado comercial muito forte a ser explorado. É um avanço", acredita.
Enquanto Eliseu caminhava pela obra, abordando a assessoria de imprensa com perguntas sobre o próximos passos a serem dados para a entrega final, operários testavam os dois telões do estádio (fixados acima de cada um dos gols).
Ambos possuem as mesmas dimensões. Tem 100 m² de tamanho e alcançam 578 polegadas. Os telões podem reproduzir até 281 trilhões de cores, gerando imagens superiores a Full HD (resolução máxima que uma TV de alta definição).
"Seria muito bom aparecer um gol meu lá, né? Imagina (risos)... Olhando esse estádio dá uma vontade enorme de voltar a jogar... O gramado dá vontade até de comer", ri Eliseu.
Os testes para cada setor, a exemplo dos telões, estão ocorrendo de maneira individual desde o início de fevereiro deste ano (ver na entrada abaixo).
Polêmica dos alambrados - Tais avaliações são sintomas que a Arena Fonte Nova saiu da fase de construção para entrar na operação do equipamento, que inclui dois modelos de gestão diferenciados (o modo Fifa e o modo legado).
O modo Fifa inclui a Copa das Confederações, em 15 a 30 de junho de 2013, e a Copa do Mundo, de 12 de junho a 13 de julho de 2014. Neste período, em que a arena fica sob a responsabilidade da entidade máxima do futebol, algumas resoluções precisam ser respeitadas. Entre elas: a retirada de grades separando a arquibancada do campo de jogo. A distância da primeira cadeira do anel inferior até o gramado é de apenas 10 metros.
Para o modo legado, quando o consórcio construtor da obra assume o estádio (tão bem acabe o Mundial de 2014), ainda não está definido se serão instalados alambrados para conter os torcedores.
"Acho que o torcedor baiano tem toda a capacidade de ficar bem comportado em seu lugar mesmo sem o uso dos alambrados. Claro que para isso precisa existir antes uma campanha de conscientização de que o público precisa preservar o estádio, pois isso aqui é nosso. Se alguma coisa for destruída, nós perdemos", participa da discussão Eliseu Godoy.
Emocionado com a visita, o craque contempla seu entorno e arremata admirado. "Ah, se fosse na minha época..." .
Alguns setores que estão sendo testados:
Assentos: Operários estão checando cada cadeira do estádio para saber se estão bem fixadas, além de verificar se foi obedecida a numeração correta exigida pela Fifa.
Gramado: Permanece sendo irrigado todos os dias. Ainda faltam dois cortes (houve até agora apenas um) para completar o ciclo de maturação da grama.
Iluminação: Os refletores estão sido acesos durante o dia e permanecido ligados com o intuito de observar a durabilidade das lâmpadas.
Limpeza: Paralelo ao fim das obras, os operários têm feito a limpeza do restante de entulho utilizado na construção. Dentro do estádio o material já foi praticamente todo retirado.
Telões: Os dois telões, de 100m² de tamanho, estão sendo ligados constantemente para testar a qualidade da imagem gerada.