Sem tempo a perder, seleção nigeriana treina na noite desta terça-feira, 18, em Pituaçu
Sem tempo para descanso, a Nigéria desembarcou no início da tarde desta terça-feira, 18, em Salvador, um dia após o 6 a 1 aplicados no Taiti, que garantiu a liderança provisória do grupo B da Copa das Confederações.
O itinerário foi corrido. A delegação chegou por volta das 13h45, em voo fretado, na área de cargas do Aeroporto Internacional de Salvador, longe do desembarque normal de passageiros.
Sob forte escolta da polícia federal, os nigerianos foram até o hotel Deville, no bairro de Itapuã. Por lá, o assédio foi praticamente nulo, apenas com a imprensa baiana no local, sem a presença até mesmo de jornalistas nigerianos. O único que conversou com os jornalistas presentes foi o zagueiro Azubuike Egwuekwe, que entrou no segundo tempo do triunfo sobre o Taiti.
Egwuekwe, de 23 anos, é um dos poucos jogadores do elenco que atua no próprio futebol nigeriano. Em sua primeira vinda ao Brasil, disse não saber nada sobre Salvador.
Mas deseja ter algum tempo para conhecer um pouco mais sobre a cidade, de forte ligação com o continente africano. "Até aqui estou achando tudo muito bonito", disse, antes de se retirar para o almoço.
Houve um breve descanso antes do treino, que ocorreu à noite, no estádio de Pituaçu. Cansados, os atletas não deram muita bola para a tradicional água de coco, oferecida à delegação na chegada ao hotel.
Nesta quarta, último dia antes do jogo contra os uruguaios, na Arena Fonte Nova, os nigerianos terão a chance de provar e ver um pouco mais da Bahia. A equipe terá entre os anfitriões o compatriota Akani Misbah, 52 anos, representante da embaixada nigeriana residente há 15 anos em Salvador.
Primeiros na Bahia
"Os nigerianos foram os primeiros grupos de africanos a virem para a Bahia", atesta Misbah, numa referência ao final do século 15 e começo do século 16, período da escravidão.
"Na época, não existiam os países, mas sim, impérios, nações... Entre todas essas culturas a que mais marcou presença na Bahia foram a dos nigerianos, da linhagem Nagô", completou Akani.
Pelas contas dele, são 70 famílias de nigerianos em Salvador e 100 na Bahia. Números bem diferentes dos que foram estimados pelo compatriota M.O. Oyewo , coordenador da Casa da Nigéria, instalada no Pelourinho.
Em matéria publicada em O Globo, ontem, Oyewo, que mora desde janeiro em Salvador, calcula em cerca de mil a quantidade de nigerianos na cidade. "Não tem isso tudo aqui, não", contestou Akani.
A cada ano, dez estudantes de letras vêm a Salvador fazer o curso de letras pelo intercâmbio Universidade Federal da Bahia (Ufba)/ Obasemi Awolowo, da cidade de Ileise. Aprendem também português. A conclusão do curso é na própria Nigéria.