Técnico do Uruguai adaptou um esquema tático diferente para cada adversário
O observador Alexandre Gallo entregou para Felipão um detalhado relatório do jogo entre Uruguai e Nigéria, que aconteceu neste domingo, 23. Ótimo, não fosse a constante mutação do time Celeste em seus jogos nesta Copa das Confederações.
Não foi só a escalação dos 11 titulares do técnico Óscar Tabárez que mudou jogo a jogo. O treinador adaptou um esquema tático diferente para cada adversário que enfrentou na competição. Não apenas isso, alterou também a postura de marcação da equipe.
Na estreia contra a Espanha, Óscar Tabárez deixou o craque Forlán no banco e usou um clássico 4-4-2 para tentar barrar o toque de bola de Iniesta, Xavi & Cia., deixando o time bastante recuado e tentando explorar os contra-ataques.
A proteção da zaga foi feita pelos volantes Gargano e Pérez, que jogaram bem próximos à dupla Lugano / Godín. De nada adiantou a retranca e apesar do placar de 2 a 1, a verdade é que a Celeste foi massacrada pela Fúria durante quase todos os 90 minutos.
Já contra a Nigéria, o Uruguai foi a campo com um desenho tático mais ousado. Óscar Tabárez apostou tudo em um trio ofensivo formado por Forlán (pela esquerda), Suarez (pela direita) e Cavani (como centroavante, mais à frente).
Além disso, o treinador avançou os laterais e recuou o volante Arévalo, fazendo o time atuar num 3-4-3, sempre pressionando a saída de bola dos africanos. A Celeste dominou a maior parte da partida e saiu da Arena Fonte Nova com um justo triunfo por 2 a 1.
Novo desenho - Neste domingo, contra o Taiti, o Uruguai atuou com um time misto. No papel, a equipe tinha um 4-5-1 no gramado, mas a disposição tática era de um 4-3-3, com dois meias de ligação, Lodeiro (do Botafogo) e Ramirez, atuando bem adiantados.
Novamente, Óscar Tabárez fez seus comandados pressionarem a saída de bola do adversário, tática que deu certo.
O resultado foi aquele que já era esperado. Goleada por 8 a 0, sem qualquer tipo de dificuldade, mesmo com a expulsão do zagueiro Scotti, que para azar dos brasileiros é apenas um reserva da equipe de Tabárez.
Como o Uruguai não mandará seu time misto contra o Brasil, resta saber que Celeste atuará na semifinal: a retrancada que sucumbiu contra a Espanha, ou a corajosa que bateu a Nigéria? Ou será que vem aí uma nova surpresa dos nossos mutantes vizinhos?