Considerado um desafio para muitos velejadores do Brasil, o Circuito Salvador de Vela de Oceano, uma das mais tradicionais competições náuticas do país, dará início à sua 13ª edição, na próxima sexta-feira, dia 12. Os veleiros vão colorir a baía de Todos os Santos até o dia 15.
A competição, que acontece de dois em dois anos, - sempre nos anos impares -, conta com a participação de atletas de todos os níveis, de campeões olímpicos a anônimos. Segundo o gerente de vela do Yacht Clube, Luís Eduardo Pato, a competição promete um excelente índice técnico, pois a cada edição, o circuito desperta mais interesse e atrai uma maior quantidade de velejadores para a cidade.
Para Eduardo, o evento já está inserido no calendário do verão baiano e contribui bastante para a prática do esporte e o desenvolvimento do turismo. O verão é o grande chamariz. Eles vêm para competir, mas também trazem a família para fazer turismo. E isso é muito importante para a cidade, acredita.
O gerente de vela observa que a competição já alcançou grande prestigio no Brasil. Até o momento, já temos confirmadas as presenças de veleiros da Bahia, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Pernambuco. O nosso principal objetivo é desenvolver o desporto náutico na Bahia. Atualmente, existe uma tendência no mundo inteiro de conciliar as regatas técnicas com as de percurso, para atrair os velejadores que estão mais no espírito de competir e não apenas de participar, completa.
O Circuito de Vela de Oceano teve início em 1983, por velejadores do Yacht Clube, que queriam atrair praticantes da modalidade de outros estados para fazer um evento nacional em Salvador, aproveitando todas as condições que a baía de Todos os Santos, a maior do Brasil, com mais de mil quilômetros quadrados, oferece.
Os veleiros de oceano são assim chamados pelo fato de serem barcos de grande porte, com capacidade para enfrentar mar aberto e realizar grandes travessias. As embarcações levam tripulações de cinco a 12 pessoas.
Desde o fim da década de 40 e início da década de 50, o Brasil sempre teve atletas entre os mais bem colocados nas principais competições do iatismo. Atualmente, essa é a modalidade olímpica que mais rendeu medalhas para o país.
Novidade - Com um novo formato, a competição contará com percursos alternativos para os barcos de cruzeiro e catamarãs. Uma das novidades é a regata baía de Todos os Santos, que acontecerá no dia 12, com largada em Salvador e chegada na ilha de Itaparica No dia 13, acontecer a regata Itaparica Yacht
No dia 14, duas barla-sota in- shore (dentro do porto) serão disputadas pelas classes IMS, ORC Clube e RGS Regata, enquanto que as demais classes disputarão sua última regata em percurso montado nas águas da baía de Todos os Santos. No dia 15, serão realizadas duas barla-sota off-shore (fora do porto), para as classes IMS, OR Club e RGS Regata, entre o Farol da Barra e o Morro do Cristo.
Qualquer pessoa pode participar do circuito. Mas, para isso, os competidores devem ser filiados a Federação de Esportes Náuticos do Estado da Bahia (Fineb) e estar dentro das regras da classe. Antes de o veleiro participar, ele passa por uma inspeção de todas as medidas. Isso tudo é computado para a regata, afirma Eduardo Pato.
A disputa é permitida aos veleiros de tamanho igual ou superior a 19 pés. Os principais barcos baianos da categoria são Odoyá, Bola Sete, Odara, Marujos, Plâncton, Lacrau e Fuga, entre outros.
Desafio no mar - De acordo com a coordenação, alguns duelos estão sendo esperados: Entre os First 47.7 o veleiro baiano Bola 7 deverá brigar, novamente, com o carioca Ângela Star, que terá a bordo o Campeão Olímpico Eduardo Penido.
Entre os Fisrt 40.7 o Odoyá, também da Bahia, enfrentará, além dos demais concorrentes da classe IMS, os três First 40.7 da Escola Naval do Rio de Janeiro: Marlim, Dourado e Bejupirá.
Na classe ORC Club o atual campeão baiano Marujo´s/Rede Med já se prepara para brigar por mais um título e encontrará pela frente os brasilienses do Skipper 21, que estarão estreando no Circuito Salvador e garantem que estão afiados.
Um duelo à parte deverá acontecer entre o catamarã baiano Maguni e o trimarã pernambucano Ave Rara. A última vez em que as duas "feras" se enfrentaram foi na Aratu-Maragogipe, quando o Maguni levou a melhor.