Todo mundo tem seu xodó. Num grupo com mais de 25 jogadores, nada mais natural que o técnico do Vitória, Vágner Mancini, ter seus preferidos que atuam mais que outros. E o que mais vestiu a camisa e entrou em campo foi o colombiano Viáfara, com 30 aparições, todas como titular.
O goleiro só não atuou em três partidas, todas por motivo de suspensão, dando chance para Ney. Quando Gléguer foi contratado, o gringo não largou mais o osso, ou melhor, as luvas. O setor defensivo é o lugar com mais preferidos. Marcelo Cordeiro é o segundo que mais atuou. Foram 29 aparições, todas como titular absoluto. Apesar da qualidade, o ala ganhou moral pela ausência de concorrentes. Ainda verde, Daniel não mete medo.
Na defesa, Leonardo Silva, Anderson Martins e Vanderson só perderam vaga por contusão ou suspensão. Dos 33 jogos do Leão na competição, em 63% a torcida viu os três juntos. Em apenas 12 duelos os dois zagueiros e o volante tiveram um desfalque entre eles. Um jogo sem nenhum em campo, ainda não aconteceu.
Talvez este seja o motivo principal para a torcida conhecer bem o setor de marcação. E também indica uma confiança maior do treinador. “Nós estamos com o setor defensivo mais equilibrado. Eles se encaixaram bem no esquema tático, por isso minha segurança maior no setor”, explicou o técnico Mancini.
Já o ataque... “Talvez se ainda tivéssemos o Dinei, o ataque também teria mais pessoas na lista de atuações. O problema é que os outros atacantes não se adaptaram no esquema onde Dinei não teve dificuldade, por isso a instabilidade”.
Entre os atacantes, apenas Marquinhos assegurou sua vaga. Foram 26 aparições. Mas nem sempre atuar tantas vezes é sinônimo de qualidade. Juntando jogos e objetividade, Marquinhos tem apenas 27% de aproveitamento. Contando as aparições apenas no segundo turno, cai para 13%. Hora de rever os conceitos de preferência.
Confusão – Eleger os 11 jogadores é tarefa difícil para Mancini, ou pelo menos ele faz transparecer. Ontem, no último coletivo, uma surpresa. O comandante colocou Ramon e Jackson no meio, além de Marquinhos e Muriqui na frente.
No decorrer do coletivo, algumas mudanças deixaram as antenas em pé. Sai Ramon, entra Willans e Muriqui dá lugar a Adriano. Dez minutos depois, Muriqui no lugar de Jackson e Ramon retorna, tirando seu próprio substituto.
Não entendeu? Vai piorar agora. “Não tenho nada definido. Mas a tendência é que coloque Adriano e Guilherme (Muriqui) na frente, recuando Marquinhos. Aí fica faltando o outro meia, que pode ser Willans ou Jackson“, disse Mancini. Se isso confundir também o Atlético, tudo bem...
Candidatos a xodó do treinador rubro-negro
Marquinhos
Como diria Chico Buarque, “quem te viu, quem te vê“. A revelação do 1º turno não é o mesmo. No returno, fez apenas dois gols, um aproveitamento de 13% dentro de campo.
Leonardo
A torcida viu o zagueiro em 25 jogos. Quando o atleta não jogou, o Vitória teve um aproveitamento de 67% na competição. Venceu cinco, empatou uma e perdeu mais duas.
Renan
Entrou durante a competição, mas assegurou logo o posto de titular. Atuou em 26 jogos, mas uma partida foi reserva. Mancini sacou o jogador, mas logo se arrependeu.
Ramon
Se engana quem acha que Ramon só perdeu o posto de titular agora. No primeiro turno, Mancini sacou o atleta três vezes. No returno, o mesmo número: 29 aparições.
Anderson Martins
Dez anos no clube, o zagueiro é o preferido na zaga rubro-negra. Quando não está suspenso, tem sua vaga garantida entre os onze. Fez 27 jogos no Brasileirão deste ano.