Lopes faz força para enfrentar a subida contra o vento na Barra
Aquele vento forte da orla, que faz ciclista pedir arrego quando está no sentido contrário, é o que o triatleta Alberto Lopes, de 52 anos, vive procurando. Em todos os sábados dos últimos seis meses ele pedalou 220 km, com 60% do percurso enfrentando a ventania.
Tudo faz parte do extenso treinamento para o Mundial de Ironman do Havaí, que será disputado no dia 10 de outubro. O treino mais curto será a 6ª etapa do Sesc Triathlon, neste domingo, a partir das 7h, na Avenida Contorno.
Serão 1.500 m de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida. Abaixo do exigido no Mundial de Ironman, que terá 3,8 km de natação, 180 km de bike e 42 km de corrida.
A preparação para o desafio levou Lopes a sair em perseguição ao vento, justamente para se aproximar ao máximo da realidade do Havaí, onde ventos fortes são constantes. Para tornar eficiente a busca, usa um aplicativo em seu celular, chamado Windfinder (localizador de vento, em inglês).
Através dele, o triatleta sai de casa com a agenda ajustada para os locais onde o deslocamento de ar estará forte no dia do treino. "Para este sábado, a previsão é de ventos com 12 a 13 km/h na cidade e 20 a 23 km/h na orla", antecipou Lopes, que, é claro, optou pela orla.
Com outra rápida consulta ao Windfinder, ele definiu quatro das seis horas totais do roteiro pedalando contra o vento. Para espanto do ortopedista e triatleta Diego Bessa, 38, que veio de Barreiras (BA) a Salvador para as provas rápidas do Sesc Triathlon. "Só se eu tivesse louco de ir fazer um treino desses", disparou Bessa, recusando o convite.
O médico, que fez aniversário ontem, viajou 900 km de carro de sua cidade a Salvador para participar da prova. Em plenos festejos pela nova primavera, chegou às 6h no Porto para o seu primeiro dia de preparação na cidade.
Treino inédito
Na água salgada se sentiu melhor. "Nunca tinha nadado no mar em um treinamento de triatlo. Lá em Barreiras, a gente treina em um rio, que tem correnteza e água pesada. A água do mar é mais leve, tranquila, tem mais flutuabilidade", constatou o ortopedista, que esquivou-se pela segunda vez do convite de Lopes.
"Pedalar 220 km no sábado e no domingo participar de uma competição de triathlon? Só se for para eu morrer", concluiu Bessa.
Em seu roteiro, Lopes sai do Porto da Barra, segue para Massarandupió e encerra a pedalada no condomínio Alphaville, na Estrada do Coco. Ali deixa a bike, faz uma corrida para Guarajuba e retorna para o Alphaville. Neste último trajeto, tem apoio da mulher, Ceres Dias, 48, que vai de bike.
"Nos seis meses de prepração para o Ironman tenho acumulado 7 mil km de pedal e corridas", afirmou Lopes, após o treino de ontem, finalizado com a aula diária para jovens triatletas do projeto social que ele dirige no Porto da Barra.
O triatleta se classificou para o Mundial ao ser campeão da categoria 50 a 54 anos do Ironman de Florianópolis (SC) e Fortaleza (CE), em maio e novembro de 2014, respectivamente. "Fiz 3,8 km de natação, 180 km de bike e 42 km de corrida em 9h40", vibrou.
Mais de 500 atletas
Em sua sexta etapa na temporada, o Sesc Triathlon Circuito Nacional 2015 contará com 520 triatletas de várias categorias. Na distância olímpica, participam a elite e amador olímpico, com 1.500 m de natação, 40k m de ciclismo e 10 km de corrida.
O triatlhon sprint para a amador, mountain bike, comerciário, revezamento comerciário, revezamento aberto e paratriathlon vão desafiar os participantes com 750 m de natação, 20 km de bike e 5 km de corrida.
Entre os nomes da elite nacional confirmados estão Antônio Marcos da Silva, Guto Sorbo, Iuri Vinuto, Flavia Fernandes e Carol Furriela. A largada será às 7h, no 2º Distrito Naval, na Cidade Baixa, próximo ao Elevador Lacerda.
Haverá uma premiação em dinheiro para os triatletas da categoria elite que mais rápidos completarem os três percursos da competição, no masculino e feminino. O primeiro colocado receberá R$ 5 mil, o segundo, R$ 3 mil, e o terceiro receberá R$ 1.000.