Robson vence o ucraniano Dmytro Cherniak no Mundial de 2013
O Mundial de Boxe, que começa na próxima segunda-feira, 5, em Doha, no Qatar, não será só um Mundial. Para a delegação brasileira, é a chance de vaga para a Olimpíada. Para o baiano Robson Conceição, de 25 anos, é também oportunidade de destronar o atual campeão do mundo, seu rival, o cubano Lázaro Alvarez.
No Mundial do ano passado, Robson perdeu para ele, que levou o título da categoria leve (até 60 kg) pela segunda vez. Em agosto, venceu Alvarez na final do Campeonato Continental e faturou a medalha de ouro.
Agora, o baiano espera o mesmo desfecho. E, no que depender da torcida, é isso mesmo que vai acontecer. O resultado de uma enquete da Associação Internacional de Boxe Amador (Aiba) colocou como final ideal a reedição do Campeonato Continental.
"Quero enfrentá-lo novamente na final. Ele é um atleta muito bom, de altíssimo nível, mas venho me preparando bastante para enfrentar os melhores", garantiu Robson, que foi vice-campeão mundial em 2013.
Apesar de concordar que é possível chegar a essa decisão, o treinador Luiz Dórea atenta para outras 'pedreiras' no torneio. "O cubano é muito forte, claro. Mas tem atletas fortes da Rússia, Ucrânia, Cuba e dos Estados Unidos. São vários adversários de nível", ressaltou.
Além disso, o técnico ressalta que atletas acostumados a lutar em torneios profissionais - como Robson e o também baiano Robenilson - precisaram mudar a rotina de treinos.
"Eles estavam lutando na APB - torneio profissional da Aiba - e lá as lutas duram entre seis e oito rounds. Agora, pelo amador, eles voltam a lutar três rounds", explicou. As mudanças não param aí. Apesar dos duelos serem mais curtos, os atletas podem fazer seis ou sete lutas no prazo de duas semanas. "Fizemos muitos trabalhos específicos para que eles ficassem condicionados a várias lutas curtas. Boxe olímpico é a base de tudo", completou Dórea.
Histórico parecido
Não é só Robson que tem uma 'pedra no sapato'. No Mundial do ano passado, Robenilson perdeu para Javid Chalabiyev, do Azerbaijão, que ficou com o título da categoria galo (até 56 kg). O baiano deu o troco na APB, em novembro, mas perdeu para o francês Khedafi Djelkhir e ficou fora da disputa pelo cinturão. A diferença é que o tira-teima não acontecerá dessa vez: Chalabiyev não está confirmado para a competição no Qatar.
Além de Robson e Robenilson, fazem parte da delegação brasileira Juan Gonçalves, da categoria cruzado, e o peso-pesado Rafael Duarte. Os pugilistas e a equipe técnica estão treinando na cidade de Hennef, na Alemanha, e seguem para Doha no sábado, em tempo para o sorteio das lutas.