Evânio ganhou medalha inédita para o país no halterofilismo
Dos melhores atletas paralímpicos de 2016, dois são baianos: Jefinho, natural de Candeias, campeão no futebol de 5 na Rio-2016; e Evânio Rodrigues Silva, de Cícero Dantas, responsável pela primeira medalha paralímpica brasileira no halterofilismo, uma prata. A premiação será nesta quarta-feira, 7, no Rio de Janeiro, e será transmitida pelo canal pago SporTV a partir das 19h (da Bahia).
Na cerimônia, são premiados atletas das 22 modalidades do programa paralímpico, além dos técnicos que mais se destacaram nos esportes individuais e coletivos. A seleção dos melhores atletas foi feita pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que levou em consideração o rendimento e as conquistas de cada atleta no ano de 2016. Nessa mesma cerimônia são homenageados os melhores atletas eleitos por voto popular – um no masculino e um no feminino.
Além de ser escolhido o melhor de sua modalidade, Jefinho ainda concorre ao prêmio de melhor atleta masculino de 2016. O páreo é duro – ele compete com o nadador Daniel Dias e o velocista Petrúcio Ferreira – e o resultado só será divulgado no momento da premiação. Ele não comenta a possibilidade de ser escolhido o melhor do ano, mas se mostrou feliz de ser considerado o atleta do ano do futebol de 5.
“Significa muito porque a concorrência é grande. Já é uma honra para mim estar na seleção com os melhores do Brasil e ganhar um prêmio desse em casa… Fica aquela sensação de reconhecimento, que eu fiz um bom trabalho e pude ajudar a equipe dentro de campo”, celebrou o jogador.
Jefinho relatou que a modalidade ainda recebe pouco investimento privado, apesar de ser reconhecido quando está em público. “Hoje mais pessoas conhecem o futebol de 5, me reconhecem e falam comigo nas ruas. Mas, infelizmente, o apoio financeiro não acompanhou isso ainda. É difícil conseguir patrocínio”.
Feito inédito
Para Evânio, o prêmio significa ainda mais – tanto para ele quanto para o Brasil. Numa modalidade que não tem tradição no país, conquistou a primeira medalha no halterofilismo ao erguer 210 kg na Rio-2016. Foi o primeiro pódio nacional numa edição de Jogos Olímpicos ou Paralímpicos.
Ao contrário dos colegas medalhistas (como o próprio Jefinho e o baiano Cássio Lopes, também do futebol de 5), Evânio não teve recepção de festa nem passeio no carro de bombeiros. Sua comemoração foi em casa, apenas com seus familiares e amigos. “Me informaram que eu teria uma festa quando chegasse em Cícero Dantas, que seria organizada pela prefeitura. Mas como estava em época de eleição, achei que não tinha nada a ver misturar política com esporte, especialmente porque ninguém nunca me ajudou em nada”, explicou o atleta.