Gonçalves, que pilotava a moto de número 8, sofreu uma queda por volta do km 276 da prova e foi atendido já inconsciente, com uma parada cardíaca | Foto: Franck Fife | AFP
Um acidente marcou tragicamente a sétima das 12 etapas do Rally Dakar, neste domingo, 12, vitimando o português Paulo Gonçalves. A comoção dos pilotos levou à suspensão da oitava etapa paras motos e quadriciclos, que seria disputada nesta segunda-feira, 13, entre Wadi Al Dawasir e Wadi Al Dawasir na Arábia Saudita, com 716 km. O rali segue normal para as classes dos UTVs, carros e caminhões.
Gonçalves tinha 40 anos e morreu após sofrer uma queda à altura do quilômetro 276 do especial do dia, quando pilotava sua moto no trecho entre Riad e Wadi Al Dawasir. Ele sofreu ainda uma parada cardíaca e estava desmaiado, quando foi encontrado e conduzido oito minutos depois, de helicóptero, para o hospital.
Com a morte do português, o Dakar registrou a 29ª morte desde a primeira delas, em 2015, que vitimou o polonês Michal Hernik. Os pedidos de adiamento da próxima etapa recebeu a adesão das principais marcas patrocinadores dos pilotos. Abalados emocionalmente e tendo na sequência uma etapa de alta velocidade, os competidores solicitaram o cancelamento.
“A morte de Paulo Gonçalves durante a sétima etapa, entre Riad e Wadi Al-Dawasir, provocou uma intensa onda de emoções no conjunto da caravana do Dakar, especialmente entre os pilotos que competem na categoria moto”, anunciou o comunicado divulgado pela Dakar.
Até o momento do acidente, detectado pelos organizadores por volta das 10h08 no horário da Arábia Saudita, Gonçalves seguia na 46ª colocação nas motos. O português era um dos recordistas em participações e completava a 13ª delas, após começar a correr em 2006. Ele foi um dos poucos que fez o rali na África, América do Sul e Oriente Médio.
Sua melhor colocação ocorreu em 2015, quando foi vice-campeão. No Brasil, conquistou o título do Rali dos Sertões, em 2014. O Dakar termina na próxima sexta.
Brasileiros lamentam
A etapa acabou se tornando uma das mais tristes do rali. “Sentimos muito a morte do Paulo. Eu ainda o encontrei na largada. Era um grande piloto. Desejamos condolências a toda família, amigos e equipe”, destacou o brasileiro Gustavo Gugelmin, que corre nos UTVs, com Reinaldo Varela.
A dupla terminou em sexto lugar na categoria e na classificação geral subiu para 11ª colocação. A vitória ficou com Blade Hildebrand, dos Estados Unidos, e Francois Cazalet, da França. Com domínio da Can-Am, a disputa entre os UTVs está acirrada desde o início da competição.
Até agora, houve revezamento da liderança em todas as etapas. A expectativa é que a concorrência continue alta.