Nickson treina com o elenco principal em Porto Alegre
Quando ele me ligou, disse: 'Pai, eu não vou jogar no sub-20 hoje'. Aí eu perguntei: 'O que foi? Machucou?' E ele respondeu: 'Não, Ney Franco me convocou para o profissional'. Aí eu comecei a me tremer", contou o ex-jogador Jackson, pai do meia-atacante Nickson, relatando como recebeu a notícia de que o filho foi relacionado para o jogo entre Vitória e Grêmiopela Série A.
"Foi uma surpresa muito grande, fiquei muito feliz", completou o ex-meio-campista rubro-negro, de 41 anos.
No último sábado, Nickson, de 17 anos, estreou no time principal. Entrou aos 41 minutos da etapa final no lugar do atacante Vinícius, na derrota para o Grêmio por 1 a 0.
Surpreso com a convocação do filho, Jackson confessou que não esperava que ele fosse entrar nessa primeira partida.
"Quando Ney chamou ele, comecei a tremer e fiquei assim até uma hora depois do jogo. Eu me sinto como se eu ainda tivesse jogando no Vitória", afirmou ele, que encerrou a carreira no ano passado no Maranhão Atlético Clube.
Ele disse que conversa com o filho sobre noitada, bebedeira e pede para que ande na linha.
Levado pelo pai, Nickson chegou no Barradão aos nove anos, em 2008. Fez o teste e foi aprovado. Cerca de um ano depois, Jackson se transferiu para o Santa Cruz, de Recife, mas deixou o garoto na Toca.
"Quando meu pai se mudou, eu fiquei com minha mãe e ela me deu todo o apoio. Eu devo tudo a ela", lembrou.
Além de Nickson, outro filho de Jackson treina no Leão. Rickson Matheus, de 13 anos, também meia, segue os passos do pai e do irmão. O patriarca da família, que mora no Maranhão, conta o motivo que o fez levar os meninos para o Vitória.
"Eles estavam bagunçando muito em casa, jogando bola no meio da sala. Aí eu levei-os para treinar no Vitória", explicou, rindo.
Jackson, que também defendeu Sport, Cruzeiro e Palmeiras, atuou pela Seleção em 1998.
Tecnicamente
Terminada a partida em Porto Alegre, Ney Franco pediu que Nickson fosse integrado de imediato ao elenco profissional.
"Entrou em um difícil momento do jogo, mas entrou com personalidade, embora não tenha criado nada, mas acho que foi um bom batismo para ele", disse. "Logicamente que é um atleta que precisa ser trabalhado muito, principalmente no plano físico. É um jogador que tem muita qualidade técnica".
Segundo Carlos Anunciação, coordenador da base do Leão, Nickson tem talento para dar certo no futebol. "Tem bom potencial técnico, mas está em formação. Apesar do biotipo, tem muita capacidade física, disputa de bola e técnica apurada. Também tem facilidade de finalizar de longa distância, isso é importante para a posição. É um diferencial para desarmar qualquer defesa", avaliou.