Dinei comemorou o primeiro gol do Leão logo no início do jogo
O que se encaminhava para uma reconciliação entre time e torcida acabou virando um agravamento da crise. E, ao contrário da neutralidade que é comum aos que torcem pelo sucesso de uma relação, desta vez dá para apontar o culpado da briga. Neste caso do Vitória, o time.
Foi ele que entregou uma partida praticamente ganha, em casa, diante do Atlético-PR. Após terminar o primeiro tempo vencendo por 2 a 0, permitiu a reação do adversário, que anotou seus dois tentos nos últimos 15 minutos do confronto.
Um desavisado que chegasse a Pituaçu no fim do jogo acharia normal o contexto encontrado. Estádio quase vazio, placar empatado, e torcida irritada e vaias imperando. Isso pelo que se passou nos últimos meses.
Em 2014, o Vitória tem colecionado fracassos: perda do Estadual, eliminação na Copa do Nordeste levando 5 a 1 do Ceará, estreia ruim no Brasileiro, perdendo por 1 a 0 para o Inter, e, por fim, o pior: eliminação, na quinta-feira, da Copa do Brasil pelo J. Malucelli, que nem sequer está na Série D.
Porém, a verdade é que o jogo de ontem em nada teve a ver com o seu desfecho, em especial com relação à torcida. Ela pode ser perdoada até do que seria seu único erro nesta história: o público pequeno. O contexto de 2014 a absolve disso.
Na realidade, diante do contexto, os quase 5 mil pagantes em Pituaçu simbolizaram uma torcida fiel ao seu amado clube. Não foi à toa que o incentivo da galera foi irrestrito do início até praticamente o fim do jogo. O Vitória, apesar de tudo, subiu a campo sob fortes aplausos.
E foi no ritmo das arquibancadas que a equipe se impôs até alcançar os 2 a 0. Dinei, aos 10, e José Welisson, em um lindo chute, garantiam o placar.
Àquela altura, choviam aplausos e elogios das arquibancadas. Os principais destinos eram os atletas que representavam as mudanças que Ney Franco promovera no time.
Até Vinicius, que teve atuação limitada, era incentivado. "Pelo menos, não é sonolento como Marquinhos. Ele dá raça e busca o jogo", berrava um torcedor. "É outra coisa!", concordava um outro. Nino, Marcelo e Caio também eram euforicamente incentivados a cada toque na bola.
Pesadelo no fim
No entanto, eis que começa o segundo tempo e a partida muda. O time caiu de produção. Já a torcida seguiu na dela: incentivando. Contudo, à medida em que o tempo passava e o Atlético-PR iniciava uma pressão, as manifestações de amor viravam semblantes de tensão. O Vitória já não ameaçava a meta rival e o time paranaense começava a perder chances claras de gol. As substituições que Ney Franco fez para mudar o panorama não surtiram o mínimo efeito.
Até que vieram os gols de empate. A partir dali, o silêncio de dor no estádio só era quebrado por tentativas da torcida de puxar o grito de "vamos ganhar, Nêgo". Porém, soava mais como súplicas amarguradas do que como incentivos de futebol.
Ao final do jogo, ninguém suportou. Impropérios impublicáveis ecoavam m Pituaçu. O empate foi uma facada nas costas de uma torcida apaixonada. Que venham dias melhores!
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