Kátia Najara é uma das organizadoras do evento
Montar a estrutura completa de um restaurante a partir do zero, num ambiente de paredes desgastadas e fiação aparente. Foi esse o desafio que Kátia Najara recebeu dos organizadores do Encontro Internacional de Artes IC - Interação e Conectividade, que chega à nona edição, apostando pela primeira vez na gastronomia.
"Inicialmente fui convidada para fazer apenas o serviço de catering. Mas a ideia evoluiu e virou um projeto também curado pelo festival", conta a cozinheira que, além de ter intimidade com as panelas, sempre teve um pé na seara das celebrações.
Aceito o desafio, era hora de botar a mão na massa para executar um projeto que segue a linha experimental do evento, com ambientação em estilo industrial, com direito a mobiliário composto de sucata e peças resgatadas de depósitos como o do próprio Glauber Rocha, onde acontece a ação.
"A falta de recursos foi que desenhou o modelo. A valorização do gasto, do puído, do roto, acabou virando a poética do lugar", observa Kátia, que contará, ainda, com obras de Mayra Lins e Olga Gomez estimulando a conexão entre arte e comida.
Durante os cinco dias de funcionamento, sairão da cozinha três refeições diárias: almoço, café da tarde e jantar. No almoço e no jantar, sempre duas opções de prato principal, sendo uma vegetariana. O prato do dia acompanhado de uma salada sai por R$ 35.
Informalidade
A lista traz itens de encher a boca d'água, como arroz de hauçá, escabeche de bacalhau, godó de banana-da-terra, baião-de-dois e picadinho de mignon ao molho de queijo azul e curry de vegetais.
Para incrementar o menu, o visitante ainda encontra doces do Atelier Bombom, bolos da Uh Lalá, pães da Babette Artesanal, cafés da Latitude 13 e cervejas artesanais da Gravetero e D'Venetta.
Apesar de ter montado a estrutura de restaurante, Kátia Najara prefere dizer que se trata de uma versão ambulante de sua cozinha afetiva, que atende pelo nome de Pitéu em seus projetos de gastronomia e festas.
"Estou chamando de refeitório até para o público não ter a expectativa de que vai sentar e ser atendido por um garçom. A ideia é que as pessoas retirem sua comida no balcão, num ambiente bem informal", adianta.