Stephanie Mattos, autora do ‘Espaço Deca’ | Foto: Olga Leiria | Ag. A TARDE
Série 3/7
Esta é a terceira reportagem de um total de sete sobre a edição ‘Janelas’ da casacor. A próxima será sobre o espaço no farol da Barra
O maior espaço da mostra, com sete ambientes, ou janelas, e as principais tendências em arquitetura e design de interiores para o pós-pandemia. Tem estúdio de tevê, instagramável; sala de jantar; banheiro “dos sonhos”. Quarto que pode ser escritório, sala com rede, sofá. A casa mais do que nunca como espaço de “cura”.
Isso tudo é o “Janelas da Nova Morada”, em exposição no novo Centro de Convenções de Salvador, um dos cinco pontos da capital baiana a receber a edição 2020 da Casacor Bahia. Com o mote “Janelas”, o evento estreou na última quinta-feira e segue até 12 de dezembro, simultaneamente também no Corredor da Vitória, Farol da Barra, aeroporto de Salvador e Salvador Shopping.
De acordo com o diretor e franqueado da marca no estado, Carlos Amorim, os projetos são uma “forma como o elenco Casacor expressa uma visão da casa no pós-pandemia”. “Com todas as modificações que as moradias vêm sofrendo ao longo deste ano estranho de 2020, para que possamos viver com mais segurança, conforto, arte. Sentimento, novas sensibilidades. Eles veem a casa como um processo curativo, espaço doméstico, de cura das pessoas, e como esse lugar pode ter múltiplas funções”, diz.
“O banheiro como um grande refúgio, como o criado por Stephanie Mattos; a casa que serve de abrigo e descanso, tanto para o corpo como para a alma, de Wesley Lemos. O espaço como uma catedral, que Caio Bandeira e Tiago Martins conceberam – com um pé-direito altíssimo, sugerindo que essa é uma forma de expandir os horizontes; a conexão com o mundo, no estúdio da (TV) Band, de Mila Peixoto e Celeste Leão; o uso das cores, o espaço limiar, múltiplo, como o do [escritório] TRPC”.
No local há ainda trabalhos criados por Dinah Lins, que desenhou estúdio em homenagem à cantora Daniela Mercury; e de Luciana Paraíso, que trabalhou a cor verde e arcos como forma de “quebrar a rigidez”. Amorim explicou que a escolha do novo Centro de Convenções se deu por tratar-se de “um lugar maravilhoso, com um espaço belíssimo”, e que muito morador de Salvador ainda não conhece.
Luciana Paraíso assina ambiente “lúdico” em sua terceira participação na mostra | Foto: Felipe Iruatã | Ag. A TARDE
40 anos de experiência
“Porque quando [o equipamento] inaugurou, veio a pandemia, e o centro fechou. Está reabrindo agora, junto conosco, e a ideia foi a de criar um destino que as pessoas pudessem, não apenas apreciar a Casacor com o máximo de conforto e segurança, com todos os protocolos de segurança sanitária sendo respeitados, como também fazer com que os baianos conhecessem o novo equipamento, que é muito importante”.
Com 40 anos de mostras de decoração, a arquiteta Celeste Leão fala que recebeu com muita honra o convite feito para a edição e que, assim que soube que teria no evento ambiente voltado para a produção de notícias (estúdio da Band), que queria “homenagear os jornalistas em função da importância deles na pandemia”. Ao lado da sócia Mila Peixoto, Celeste conta que idealizou o espaço, construído em um antigo contêiner marítimo, de forma que ele fosse “diferente, dinâmico”.
A arquiteta Celeste Leão no “instagramável” criado por ela e a sócia, Mila Peixoto || Ag. A TARDE
As duas são autoras também de um instagramável, localizado na entrada da feira (foyer). Segundo Celeste, trata-se de uma “instalação em formas geodésicas”, artifício de uma “arquitetura efêmera, em que você monta e desmonta em poucas horas”. “Muito utilizada hoje em casamentos, festas. Vazadas ou revestidas”, fala.
Com apenas 25 anos e em sua segunda participação no evento, a arquiteta e designer Stephanie Mattos assina este ano o Espaço Deca. Segundo ela, uma “sala de banho em reverência à mulher contemporânea, que merece um refúgio”. No espaço, de um lado (o “real”) tem cuba, bacia sanitária, bancada, boxe. Do outro (lúdico), bicicleta ergométrica spinning, alguns pesos, banheira, bolas no ar”.
“É um espaço bem conceitual, mas funcional. Cimento queimado no piso, paredes, teto. Destaque para a simplicidade dos materiais, em contraste com a sofisticação dos produtos Deca (louças e metais). A ideia está em adaptar os espaços”.
A arquiteta Luciana Paraíso conta que seu ambiente – “uma sala de jantar com um espaço ao lado” – foi “feito de forma lúdica para a gente refletir sobre como será o novo sob a perspectiva de cada indivíduo a partir da pandemia. Tem bastante verde, que remete à natureza, à vida, cura, relaxamento. Arcos que indicam movimento e nos leva à infância, aos anos 1980, móveis [marca] Vírgula Ovo e tapete de acervo pessoal”.