Corinthians / Audax conquistou a Libertadores Feminina
Ba-Vis à parte, a torcida que realmente teve tudo nesse fim de semana para comemorar foi a do Corinthians. E não pelo virtual título brasileiro de 2017, mas pela conquista de um campeonato internacional: a Copa Libertadores Feminina.
O Corinthians/Audax bateu o Colo-Colo nos pênaltis e sagrou-se campeão da Libertadores 2017, coroando uma temporada excelente para a equipe, que foi vice-campeã brasileira (com o melhor ataque da competição), perdendo a final para o Santos.
Mas a conquista da Libertadores vem com um gostinho agridoce – não pelo Corinthians, mas pela organização do torneio, que foi realizado no Paraguai. Assim como aconteceu nos anos anteriores, houve problemas graves, desta vez com a alimentação das atletas.
O primeiro jogo, por exemplo, entre Corinthians e o paraguaio Sportivo Limpeño, precisou ser adiado porque várias jogadoras sofreram com intoxicação alimentar. Só do time brasileiro foram 18 das 20 atletas. Mas o problema não foi restrito às meninas do Corinthians: sete das 12 equipes foram afetadas.
Algumas ficaram tão fracas que precisaram ir ao hospital. A competição, que normalmente duraria duas semanas, precisou ser readequada para dez dias. E o intervalo entre alguns jogos passou a ser de 48 horas.
Com isso fica o questionamento até que ponto os organizadores (oi, Conmebol!) se preocupam com a qualidade do torneio e da estrutura para as atletas. Basta se perguntar se a mesma coisa aconteceria se fosse a edição masculina.
Aliás, vale ressaltar que essa não é a primeira vez em que há problemas com a Libertadores Feminina: como bem pontuou o portal ~dibradoras (www.dibradoras.com.br), em 2015 houve um apagão no meio do jogo do São José (que precisou continuar no escuro) e alimentação limitada para as atletas, e, em 2016 a sede foi anunciada poucos dias antes do início do torneio.
Ainda assim, tivemos avanços: a Libertadores Feminina contou com transmissão ao vivo dos jogos pelo Esporte Interativo, o que já mostra um interesse da mídia (e do público!) em acompanhar um torneio que, apesar dos problemas, tem tudo para crescer.
Melhorou mesmo?
A Seleção Feminina fez sua (re)estreia sob o comando de Vadão na Copa CFA, na China, e venceu o México por 3 a 0, na quinta-feira,19, e a Coreia do Norte, por 2 a 0, no sábado, 21. Entrará em campo novamente nesta terça-feira, 24, precisando de um empate com a China para vencer o torneio amistoso.
Apesar dos placares, não temos como avaliar a forma de jogar da nova (ou velha) Seleção. Isso porque, diferentemente dos outros amistosos, este não tem transmissão por TVs ou pela CBF.
Por outro lado, temos uma pequena vitória: após reunião de dirigentes com ex-jogadoras na última terça-feira, (entre elas as baianas Formiga e Sissi), a CBF criou um comitê formado por mulheres do futebol feminino para desenvolver a modalidade na entidade. Agora é cobrar para que as ideias saiam do papel.