Aeromóvel, sucesso em Porto Alegre, projetado em Lauro
Romário Santos Neves, jovem estudante de São Cristovão, bairro de Salvador, pergunta-nos se eu acho que as fake news, tão discutidas nesta campanha, vieram para ficar ou tem remédio.
Meu caro Romário, a sua idade, 19 anos, carece de algumas observações mesmo. De saída, as fake news nunca saíram, sempre estiveram. É o novo nome da velha mentira, que nos meus tempos de juventude também chamavam culhuda. Sempre presente na alma humana, muitas vezes, não de agora, até muito bem engendradas como armas de guerra, bélicas e políticas.
Lesando — É claro que a fake só lesa. Lesa o compromisso com a narrativa o mais fiel possível, o interesse público e a consciência de quem faz.
Na mídia convencional nós temos várias grandes fake que passaram como verdade e causaram danos visíveis a terceiros. Um caso famoso é o de Ibsen Pinheiro, gaúcho, presidente da Câmara com decisiva participação no impeachment de Fernando Collor e na cassação dos Anões do Orçamento, acusado em novembro de 1993 de também ser um anão, embolsando R$ 1 bilhão.
Ibsen foi cassado, espezinhado e só dez anos depois o jornalista confessou que era mentira. Agora, com a sociedade em rede, as fake têm uma desvantagem, logo elas caem, mas numa guerra, como uma campanha eleitoral, até explicar que lagartixa não é jacaré, a vaca já foi para o brejo.
Lúcio e a falta de disposição
Diz Jair Bolsonaro, o presidente eleito, que talvez não seja possível aprovar tudo o que ele quer antes da posse porque nas circunstâncias atuais é difícil formar quórum. ‘Muitos estão desanimados, perderam a eleição ou estão viajando’.
Entre os indispostos está Lúcio Vieira Lima (MDB), irmão de Geddel, que perdeu:
— Sinto que já não tenho legitimidade para votar. Não tenho mais nem vontade de ir a Brasília.
Zé Rocha, o mais longevo
Com 72 anos de idade, quatro mandatos de deputado estadual e caminhando para o sétimo de deputado federal, Zé Rocha (PR) diz que com os seus 40 anos de estrada o momento é de esperar para ver no que dá:
— Eu votei em Haddad e até agora o partido não se pronunciou sobre o que fará em relação ao governo.
Ou seja, falou e não disse. Com a experiência que tem sabe que o momento é de ficar de bico calado.
Uruçuca e o jogo lá é cá
Moacir Leite (DEM), prefeito de Uruçuca e amigo de ACM Neto, diz que Angelo Coronel não ganhou de Jaques Wagner só em Gandu, como publicamos, mas também em mais 40 outros municípios, Uruçuca incluso.
No caso de Uruçuca, segundo Moacir, o pessoal do apoio a Zé Ronaldo preferiu Coronel como segundo voto (o primeiro foi Jutahy Júnior), a ter que votar em Irmão Lázaro. Coronel teve 21 votos a mais que Wagner.
Lauro vai a Porto Alegre correr atrás do aeromóvel
Mauro Cardim, secretário de Planejamento de Lauro de Freitas, embarca esta semana para Porto Alegre a fim de encontrar-se com o empresário Marcus Wester, diretor da Aeromóvel do Brasil. Na bagagem, o esboço de um projeto futurístico, botar Lauro de Freitas no futuro, implantar o aeromóvel no município.
A 1ª fase liga o Hospital Metropolitano a Via Metropolitana, passando por Areia Branca e Portão, a 2ª de Areia Branca a Vida Nova, a 3ª daí até Itinga e a 4ª de Itinga ao Aeroporto.
— O gaúcho lá, que é filho do inventor do aeromóvel, vai nos ajudar a detalhar o projeto.
O aeromóvel é 70% mais barato que o metrô, R$ 30 milhões o km. Mauro diz que o projeto é limpo e tem carta branca na linha Selo Verde.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Mal entendido
Conta Almir Melo, ex-prefeito de Canavieiras quatro vezes, que lá um dia em 2008 resolveu ir à vizinha Santa Luzia, também na Região Cacaueira, em campanha eleitoral, dar apoio a Ismar Jacobina, homem formado, que disputava contra Zé Pequeno, açougueiro, quase analfabeto.
Subiu no palanque e bradou com firmeza:
— Santa Luzia precisa de alguém que saiba administrar e em matéria de administração Ismar é hors concours!
Foram dizer a Pequeno que Almir disse no palanque que Ismar era quem sabia administrar e não ele, que não sabia fazer ‘um ó com o ...”.
Rolo instalado, Pequeno muniu-se da peixeira para tirar satisfação, chegou brabo, explicaram a ele que hors concours é uma expressão de origem francesa que significa ‘fora de concurso’, ou de competição.
Pequeno respirou aliviado (e Almir também):
— Ah, bom.... Diga isso. Se não eu teria que lhe mostrar como se faz um ó.