Dorival Caymmi, o homem que marcou Maracangalha
Maracangalha, o povoado de São Sebastião do Passé que ficou nacionalmente conhecido a partir de 1956, quando Dorival Caymmi lançou a música Eu vou para Maracangalha, estrondoso sucesso na época, tem três momentos marcantes na sua história.
O primeiro foi quando virou uma joia no Recôncavo no embalo da Usina Cinco Rios; o segundo, ao ganhar fama com a música; e o terceiro foi em 14 de março de 2007, quando um avião que transportava dinheiro de um banco caiu nas proximidades e virou um inferno para os moradores, com bandidos contumazes e recém-convertidos de todos os cantos infernizando a vida dos moradores à procura de dinheiro.
Tempo novo – O prefeito Breno Moreira (PSD) quer fazer uma nova história. Em 12 de outubro, aniversário, vai levar lá Danilo e Dori, filhos de Caymmi, que são artistas, mais a cantora Marília de La Riva, que é quem mais canta as músicas de Dorival.
– Maracangalha é o nosso cartão-postal. Nosso projeto é transformar o lugar em atração turística.
Diz Breno que na gestão de Michel Temer chegou a ir ao Ministério do Turismo pedir apoio, sem sucesso, talvez por ele ser do PSD.
Segundo o prefeito, é caminho único. A usina fechou em 1985, só restaram as ruínas. Do avião até hoje o povo tem medo de falar, mas a música de Caymmi permanece como o tchã para a pegada que falta.
Ponte está na fila da Bovespa
João Leão, vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, diz que a licitação da ponte Salvador-Itaparica só aguarda a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encontrar uma data entre julho e agosto para ser consumada.
Ressalta que interessados não faltam. Esta semana ele recebeu dirigentes das chinesas CCC e CR-20, que vão se fundir, da chinesa Crec-4 e da espanhola Acciona, idem, idem.
Otto e a CPI de Brumadinho
O senador Otto Alencar (PSD) diz que dia 12 próximo o Senado instala a CPI de Brumadinho, por ele proposta, para investigar o rompimento da Barragem da Vale do Rio Doce, que matou mais de 300 pessoas.
– Vai ser só CPI do Senado. A Câmara queria fazer mista, mas tem outras CPIs na fila, e isso iria fazer com que a demora fosse grande. Nós queremos que os responsáveis por essa estupidez sejam apontados logo.
A pesca pede passagem
Também presidente da Federação Bahiana da Pesca, o deputado federal Raimundo Costa (PR) está coletando assinaturas para formar a Frente Parlamentar da Pesca Artesanal. E avisa: vai fazer carga na questão das barragens:
– Elementar: sem meio ambiente saudável, não tem pesca. Veja Brumadinho; 300 km de rio evaporaram.
Ele diz que as barragens para geração de energia também requerem cuidados pelos mesmos motivos.
Para Leonelli, ACM Neto revisa o avô em Salvador
Domingos Leonelli, ex-deputado e ex-secretário de Turismo do estado, diz que ACM Neto está certo ao retirar a sede da prefeitura de Salvador, cumprindo decisão judicial, para desta forma também turbinar o Centro Histórico da capital baiana como atração turística. Mas ressalva:
– Mas é bom lembrar que foi o avô dele (ACM) quem demoliu a antiga Biblioteca Pública (onde está a prefeitura hoje) e num curtíssimo prazo esvaziou o Centro Histórico, levando toda a estrutura para o Centro Administrativo da Bahia, tirando de lá milhares de funcionários públicos.
Leonelli cita que esse fato, mais os shoppings, apodreceu o tecido do centro de Salvador:
– Acho que nem ACM percebeu o erro.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Questão de acerto
Três de março de 1987, uma terça de Carnaval. O trio do bloco Comanches perdeu freio quando subia a Rua Chile, desceu de ré e causou a maior tragédia da folia em Salvador: sete mortos e 25 feridos.
Em 1989, o radialista Cristóvão Rodrigues, que cobriu a tragédia para a TV Itapoan e a Rádio Sociedade, assumiu a coordenação do Carnaval e baixou a determinação: todo trio teria que passar por uma vistoria.
O primeiro barrado foi o de Ricardo Chaves, um velho amigo, de quem ele produziu o primeiro disco. Conversa vai e vem, determinação cumprida.
A folia seguiu, veio a notícia: tinha um trio sem vistoria desfilando. Foi ver, era ninguém menos que Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, visitante ilustre.
Cristóvão coçou a cabeça, apostou na sorte, deixou rolar, acertou.
O trio de Gonzaga nada teve. O do amigo Ricardo Chaves, mesmo vistoriado, adernou ainda na Vitória. E Cristóvão aliviado:
– Bendita mistura. O axé do forró foi mais forte que o do axé music.