A pesquisa do Instituto Paraná sobre o Carnaval, que ouviu 2.204 pessoas em 170 municípios de todos os estados, apontou que 28,3% acham que Salvador faz a folia mais animada do Brasil, contra 16,9% do Rio, 13,9% de Recife/Olinda e apenas 3,3% de São Paulo.
Será por isso que na terça de Carnaval João Dória, o governador de São Paulo, e Bruno Covas, o prefeito da capital paulista, fugiram de lá e vieram a Salvador curtir ao lado de ACM Neto? Talvez sim, mas não só.
A questão é que em Salvador a folia é na rua. Antigamente, era nos clubes, mas nos dias atuais a orla entre a Barra e Ondina e as ruas do Campo Grande até o Pelô viraram um grande clubão.
Know-how — Daí é que ACM Neto diz, com razão, que a capital baiana ganhou expertise em organizar uma megafesta nas ruas:
– Claro que temos sido procurados. Rio e São Paulo, por exemplo, estão cada vez mais estimulando o Carnaval de rua, com blocos. Mas ainda não têm nosso know-how.
O Rio aparece em segundo na pesquisa e São Paulo em quarto, porque focam nas escolas de samba, mas a folia está cada vez mais ganhando as ruas, como Salvador, e o volume de queixas lá, a própria televisão mostrou isso, é bem maior que cá. A prefeitura mobilizou 10 mil funcionários; o governo, 26 mil policiais e bombeiros. Paulistas e cariocas têm o que aprender na Bahia, sem dúvida.
Zé Neto, cautela e caldo de galinha
Do deputado federal Zé Neto (PT), ao ser abordado sobre os últimos rebuliços que o presidente Jair Bolsonaro vem aprontando:
– Minha avó dizia que em determinados momentos temos que ter cautela e tomar muito caldo de galinha. O momento requer resistência e paciência.
Ele ressalta que não convém mergulhar o País numa crise, o que seria ruim. Mas que Bolsonaro ajuda a oposição, sem dúvida.
Sedur explica o embargo no ferry
Ainda sobre a construção da gaveta flex do Terminal de São Joaquim, no ferryboat, a prefeitura de Salvador diz que embargou a obra (já liberada) por falta de licenças ambiental e urbanística.
Sérgio Guanabara, secretário de Desenvolvimento Urbano de Salvador, diz que o governo sempre fez licença das obras, como na Gal Costa, 29 de Março e Orlando Gomes. O procedimento no ferry deveria ser o mesmo, o que não aconteceu.
Gaudenzi, a missa de 30º dia
O padre Luís Simões, professor da Ucsal, foi quem celebrou na noite de anteontem, na Igreja da Vitória, a missa de 30º dia de Paulo Gaudenzi, ex-secretário de Turismo e Cultura do estado.
Lá estavam Paulo Souto, ex-governador, e Waldeck Ornelas, ex-senador, além de familiares e uma legião de amigos. Alguns sugeriram a auxiliares de ACM Neto que coloquem o nome dele no Centro de Convenções da Boca do Rio, justa homenagem.
Carlos Geílson ainda sem destino, só espera por Rui
Semana que vem Rui Costa deve anunciar os últimos nomes do segundo escalão e com isso satisfazer a curiosidade da imprensa de Feira de Santana, que quer saber o destino de Carlos Geilson, até o dia 30 de janeiro deputado estadual do PSDB, aliado histórico de Zé Ronaldo, que perdeu a eleição em outubro e pulou para o lado de Rui Costa.
Geílson diz que não mudou atrás de cargo, mas gostaria de ficar fazendo política. Entre os cargos que faltam estão Detran, Embasa, a Fundação Luís Eduardo Magalhães, a EGBA e a Companhia de Transportes da Bahia (CTB), a que administra o metrô de Salvador.
Auxiliares próximos de Rui garantem que ele será prestigiado. Como? Só Rui sabe.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Coronel Limoeiro
Conta Sebastião Nery que o coronel Chico Heráclio, o mandachuva de Limoeiro, em Pernambuco (que inspirou o personagem Coronel Limoeiro, de Chico Anísio), jogou tudo na campanha de Agamenon Magalhães, em 1950, na disputa do governo pernambucano contra João Cleofas.
Agamenon ganhou, na posse o coronel foi, o governador agradeceu:
– Coronel, use e abuse do meu governo.
– As secretarias da Fazenda e de Segurança o senhor não dá; o resto não vale nada. Então só vou lhe pedir que bote água em Limoeiro e pelos amigos.
Tempos depois apareceu pedindo a aposentadoria de um juiz que tinha pouco tempo de nomeado.
– Mas, coronel, isso é muito difícil.
– Se fosse fácil eu resolvia por lá. Só vim lhe pedir porque é difícil.
Não foi atendido. Lá um dia estava na porta de casa, um serviçal gritou:
– Coronel, carta do governador!
– O papel é bom?!
– É!
– Pendure na latrina!