Everildo, uma lenda no jornalismo do interior baiano
Veja uma dessas que a vida apronta. No propósito de coletar informações para traçar um painel político de alguns dos 417 municípios baianos com vistas a 2020, optamos iniciar por Macajuba.
A razão é elementar. O município, na região de Rui Barbosa, em 2015 foi palco de um episódio dramático. O prefeito Fernão Dias Sampaio (PMDB) foi assassinado por Flávio Albergaria Oliveira, proprietário de uma casa que a prefeitura desapropriou.
Em 2016, os aliados de Fernão decidiram convidar para disputar a eleição D. Mary, a viúva. Ela disse que aceitaria com uma condição: se o filho, Murilo, fosse o vice. Aceitaram, a dupla ganhou.
Final infeliz — A fonte no caso era o jornalista Everildo Pedreira, 70 anos, filho da terra, que nos bons tempos circulava por toda a Bahia com o jornal Tribuna da Chapada, com 40 anos de estrada.
– A prefeita vai bem em termos de obras, mas não é de fazer politicagem, a coisa miúda. Não sei o que vai dar.
– Veja os contatos, quero entrevistar a prefeita.
– Entreviste o filho, Murilo. É ele quem manda. Mas não publique isso porque há poucos dias eu assumi a assessoria de imprensa da prefeitura e não quero perder o emprego.
Estávamos nisso, ele providenciar a entrevista. Ontem, o velho e bom Everildo, ou Veveco para os mais chegados, deixou de fazer notícias e virou uma, a pior delas. Foi internado dizendo estar com uma pneumonia. Dormiu e não acordou.
Fórum define as atrações
O 18º Fórum Empresarial Lide, que será realizado na próxima sexta em Campos do Jordão (SP), fechou ontem o seu mix de atrações. Vão estar lá ACM Neto, os governadores do DF, São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Goiás e Paraná, além dos ministros Paulo Guedes (Economia) e Ricardo Vélez (Educação).
De quebra os presidentes Davi Alcolumbre (Senado) e Rodrigo Maia (Câmara). Pauta: economia, educação, segurança e previdência.
Abio lembra José Curvello
Reunidos ontem em Salvador, dirigentes da Associação Brasileira de Imprensa Oficial (Abio) homenagearam o jornalista José Curvelo, que presidiu a entidade e foi dirigente da Empresa Gráfica da Bahia (Egba) nos governos de Lomanto Júnior, ACM, Roberto Santos e João Durval.
Foi num dia do aniversário de Salvador, há 17 anos, que Curvelo faleceu. O filho, André Curvelo, secretário de Comunicação do estado, estava lá.
Tristeza geral no Recôncavo
Sílvio Ataliba, ex-prefeito de Maragojipe, diz que a tristeza com o fato de o Estaleiro Enseada do Paraguaçu ter perdido a concorrência para a construção de quatro corvetas da Marinha é do tamanho da expectativa criada.
– Para se ter ideia, reunimos os 16 prefeitos da região com o presidente do Estaleiro. Criou-se uma expectativa gigantesca e a tristeza vem agora na mesmíssima proporção.
Bellintani vai ao Senadinho e fortalece o prefeiturável
Sob nova direção, agora com José Ramos, juiz aposentado, no comando (recebeu o bastão de Mário Brito), o Senadinho do Café Bourbon, no Shopping Barra, recebeu ontem a visita de Guilherme Bellintani, presidente do Bahia.
Claro que o colegiado é eclético, tem simpatizantes do Bahia e do Vitória, mas Bellintani lá ganhou as duas torcidas, todos jogando confetes para ele disputar a prefeitura de Salvador em 2020.
Bellintani só fazia sorrir, mas nunca disse que não. No jogo político dos atores principais da peleja de 2020, o nome dele tem sido sempre citado, cada vez mais com força.
Num e noutro, Bellintani diz estar focado no Bahia, mas não deixa de abraçar os rubro-negros.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
João Peruna
Conta Eduardo Kruschewsky, colaborador top, que João Peruna, vereador em Ilhéus, até hoje personagem de ponta do folclore político lá, foi a uma Conferência Internacional do Cacau promovida pela Ceplac.
O palestrante era o primeiro-ministro de Gana. Encantado com a língua francesa, traduzida pelo intérprete, Peruna entrou na fila de cumprimentos, para o desespero de Benito Diniz, secretário municipal, que, prevendo o desastre diplomático, cochichou:
– João, pelo amor de Deus, não vá. Você mal sabe falar o português...
Sem sucesso. Peruna lá ficou, pegou a mão do ministro, tascou:
– Meu sinhô ministro!
O africano nada entendeu, perguntou:
– Oui, monsieur, parlez-vous français?
Peruna, sem entender, puxou o homem pelo braço, deu um tapão nas costas e bradou:
– Stop boy! Eu quero saber se o cacau de lá mela como o de cá?!
Entrou no samba de tapa dos seguranças e passou 15 dias no hospital.