Levi Vasconcelos | Foto: Joá Souza | Ag. A TARDE
Centro Histórico de Salvador tem 687 casarões plenamente georeferenciados
O Centro Histórico de Salvador tem 687 casarões plenamente georeferenciados. Se sabe quem é o dono, se está habitado ou não, as condições, se boas ou de risco, e quais estão tombados pelo Iphan ou Ipac. Do ponto de vista oficial, algo absolutamente novo.
O trabalho começou no fim de 2017, quando Sósthenes Macêdo assumiu a direção da Coordenação de Defesa Civil de Salvador (Codesal). De cara, topou com um incêndio no Pelô. E, para a surpresa dele, todos leigos, bombeiros, Codesal e também a população, ninguém sabia o que tinha ali.
Revitalizar - Óbvio que o ganho pioneiro foi o de instrumentalizar as ações preventivas. No Pelô, por exemplo, formou-se uma brigada contra incêndios, com a participação popular.
Isso se encaixa como luva no projeto Revitalizar, que ACM Neto toca via Sedur, com o propósito de dar outra cara ao Centro Histórico da capital.
Um lei de autoria do vereador Edivaldo Brito (PSD) dá à Prefeitura o direito de ficar com o imóvel caso o dono não queira cuidar, como acontece em boa parte.
- O que se quer é ver como desdobrar, a destinação que se vai dar, se residencial, comercial e por aí vai.
Óbvio que o trabalho não é fácil. No bojo já se encontrou morador de prédio de risco que recebe os benefícios para não morar nele, mas continuava morando. Ossos do ofício. Mas os primeiros pontapés já foram dados.
Tudo bem no Velho Chico
Embora Malu Ribeiro, do Projeto Água da Fundação SOS Mata Atlântica, tenha divulgado que os rejeitos de Brumadinho começaram a matar peixes no rio São Francisco, a professora Patrícia Nicolas, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), integrante da equipe que monitora a Bacia do Paraopeba, diz que nenhum sinal de anormalidade foi detectado.
Os níveis de oxigênio estão normais e a lama retida.
Enseada quer as plataformas
Já que a esperança em construir as corvetas da Marinha minguou, as lideranças do Recôncavo dizem que a ideia agora é mobilizar a bancada baiana em Brasília e correr atrás da Petrobras para voltar a recuperar plataformas e balsas no Estaleiro Enseada do Paraguaçu. Sílvio Ataliba, ex-prefeito de Maragogipe, diz que como está não dá:
- Temos gente que foi treinar no Japão e teve que voltar a pescar. Pode isso?
Pelo fim da beligerância
A deputada Lídice da Mata (PSB) diz esperar que o presidente Bolsonaro mude o tom beligerante com que tem tratado a Câmara para fazer a governança fluir:
— Ele, com os filhos, não agrediu só o presidente Rodrigo Maia, mas toda a Câmara. O estilo tem sido atirar, pelas redes sociais, como se quisesse nos emparedar. Este é o problema.
O tom baixou semana passada, mas ninguém garante que assim será.
Tum quer trocar Espanha pela Bélgica com as frutas
Produtor de manga, goiaba e uva em Casa Nova, o deputado Tum (PSC) está empenhado num projeto com foco bastante definido: trocar a Espanha como grande porta de entrada das frutas de lá pela Bélgica.
Ele diz que as frutas seguem de Casa Nova para Petrolina e de lá para Recife, uma distância de 735 km, enquanto para Salvador são 535, ou 200 km a menos. Com uma vantagem adicional no caso da Bélgica:
- O preço do contêiner para a Bélgica é um mil dólares mais barato. Não vejo lógica na opção que temos adotado, se temos outra mais barata em todos os sentidos.
E a Fiol, terá importância nesse jogo?
— Para nós, será o melhor dos mundos.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Água com açúcar
Essa quem conta é Otto Alencar, o senador, que conhece como a palma da mão a alma de sua terra, Rui Barbosa, e região.
Antigamente casar com mulher não virgem era motivo de muitas chacotas, no mínimo. Anos 80, José Menezes Fagundes, de Lajedinho, viveu dias amargos por isso. ‘Já casou melado’, diziam. Botaram nele o apelido de Zé Garapa e ele virava uma arara.
Morador da roça, andava com um facão de 20 polegadas na cintura e ai de quem falasse em Garapa. Piorou quando se elegeu vereador. Os adversários caíam matando, quase sai morte. E eis, reza a lenda em Lajedinho, que lá um dia ele chegou à cidade montando a cavalo. Vinha para a sessão da Câmara, alguém gritou:
— Água!
Outro emendou:
— Açúcar!
Zé pulou do cavalo e brandiu o facão:
— Misturem seus moleques! Se vocês são homens, misturem! Misturem para ver se eu não mando um para o inferno hoje!