A barragem de Brumadinho se rompeu em janeiro do ano passado matando 444 pessoas
Desde que os portugueses aqui chegaram se fazem barragens. Dizem que o começo foi na área em que hoje é Recife. Mas, em Salvador, o Dique do Tororó é uma, o Parque de Pituaçu é outra, o Parque de São Bartolomeu é outra (Barragem do Cobre).
Em suma, no Brasil, segundo a Agência Nacional de Águas, tem 24 mil barragens cadastradas, 780 delas de rejeitos, como a de Brumadinho, que se rompeu em janeiro do ano passado matando 444 pessoas.
Riscos — E perigos como o de Brumadinho estarão em pauta no XXXIII Seminário Nacional de Grandes Barragens, que começa segunda, no Fiesta, em Salvador.
– O encontro não é para discutir Brumadinho, é para falar de barragens de modo geral. Brumadinho pode surgir, mas não é esse o foco.
Quem fala aí é Carlos Henrique Medeiros, presidente do Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB). Ele ressalta, todavia, dois fatos:
1 – Imagens como aquela de Brumadinho se rompendo são raríssimas. Mesmo em outros registros de rompimento, não é assim.
2 – O acidente manda aviso, nunca é imprevisto.
Seja como for, o encontro de Salvador, apesar de ser nacional, ganha um tique de internacional. Nele estarão o norte-americano Michael Rogers, presidente do Comitê Internacional de Barragens, e os presidentes dos comitês nacionais dos EUA, China e Espanha. O Brasil ficou importante. Por que será?
Parabéns e acorda Dilton
Dilton Coutinho, âncora do programa Acorda Cidade, na Rádio Sociedade de Feira de Santana, maior audiência lá, completou 60 anos bombardeado por telefonemas com mensagens e pedidos.
As mensagens: o tradicional parabéns pra você.
Os pedidos: para ele se candidatar a prefeito.
Dilton é quem sabe da vida dele. O último radialista feirense a se meter nisso foi Carlos Geílson, que era falador e virou ouvidor.
Manoel Leal, caso reaberto
O assassinato do jornalista Manoel Leal, dono do jornal A Região, de Itabuna, em 14 de janeiro de 1998, ainda está em aberto.
Leal na época fazia ferrenha oposição ao então prefeito Fernando Gomes (o mesmo de hoje). Marcone Sarmento, denunciado pelo MP como um dos executores, foi julgado e absolvido em 2005. O MP recorreu, o TJ anulou e o novo julgamento será quarta próxima no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.
Alba discute a Previdência
A ideia da bancada estadual do PCdoB de debater a reforma da Previdência prosperou. A mesa diretora da Assembleia encampou a pauta e segunda (10h) a sessão especial acontece.
Com um detalhe importante: os deputados Marcelo Ramos (PR-AM) e Samuel Moreira (PMDB-SP), respectivamente presidente e relator da Comissão Especial da Reforma da Previdência, confirmaram presença. Eles chegam domingo.
MDB vai mudar de nome. Vai chamar-se Movimento
Tudo indica que o MDB, ou Movimento Democrático Brasileiro, assim chamado desde os tempos da ditadura, que depois botou o P por imposição do regime militar (todos os partidos tinham que ter P) e passou a ser PMDB, até largar o P de lado e voltar ao que era (só no nome) para tentar livrar-se do estigma da corrupção que a Lava Jato espalhou, vai mudar o nome outra vez na convenção nacional, em setembro.
Alecsandro Freitas, ou Alex Futuca, presidente do partido na Bahia, diz não saber de nada e que com MDB ou Movimento está mesmo é pensando em se dar bem em 2020:
– Em 2016 elegemos 46 prefeitos e 340 vereadores. Acreditamos que em 2020 teremos no mínimo o mesmo desempenho.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Tristeza geral
Hermes Sodré marcou época na política de Feira de Santana, como personagem folclórico (partiu para o outro lado em 2009, mas ficou a fama).
Semianalfabeto, vereador, fiel escudeiro da dupla Colbert Martins e Chico Pinto, no velho MDB, ficou famoso por proclamar ingenuidades com pretensões filosóficas temperadas com o uso rasteiro da sagacidade.
Contaram que certa feita ele avistou um enterro descendo pela Avenida Getúlio Vargas, a principal de Feira. Imediatamente passou a acompanhar e instantes depois estava aos prantos. Um amigo viu, foi consolá-lo.
– Calma, Sodré. Em primeiro lugar me diga quem é o falecido. Chorosamente, ele respondeu:
– Não sei...
– Como você não sabe, se está chorando tanto assim?
E Sodré, indignado:
– Você é um insensível. Morrer é triste para qualquer um. O nome só serve para botar na moção de pesar.