Irmã Dulce, a santa dos baianos que todos querem
O deputado Aderbal Caldas (PP) perambulou um bom tempo entre colegas em busca de assinaturas para o projeto que institui a Comenda Irmã Dulce, para contemplar quem presta relevantes serviços filantrópicos. Com a notícia da canonização, o projeto deu um pique vertiginoso. Saiu rapidinho. A primeira pergunta: e os deputados evangélicos, como reagiram?=
– Todos, sem exceção, assinaram numa boa.
Claro que os evangélicos podem até não reconhecer Irmã Dulce como santa, já que a santificação é típica da liturgia católica. Mas demonstraram respeito.
Margareth – O episódio reflete o sentimento entre os baianos ou é a ponta do novelo do turbilhão de gente, especialmente políticos e artistas que buscam o seu milagrezinho particular no embalo da Santa Dulce. O deputado Marquinhos Viana (PSB) pongou no bonde com outro projeto, instituindo o 13 de outubro como o Dia de Irmã Dulce.
O publicitário Nizan Guanaes apressou-se em compor um hino. Quem ouviu, diz que ele não foi lá tão feliz como na belíssima We Are the World of Carnaval, cujos direitos ele doou para as Obras Sociais de Irmã Dulce. Mas como por isso tem os seus créditos, aceitou-se.
Mas quem pode festejar milagre até agora é a cantora Margareth Menezes. Ela aniversaria em 13 de outubro, o dia da canonização. E sempre colaborou com as obras de Irmã Dulce. Que tal?
Algo ruim na Previdência
As varas da justiça federal especializadas em questões previdenciárias deram um mau sinal: perícias que antes eram marcadas entre 30 e 90 dias em casos de concessão de reativação de auxílio, por exemplo, agora estão sendo agendadas para novembro de 2020.
Noutras palavras, se o rito for cumprido, dizem os advogados, em alguns casos quando a perícia for feita o beneficiário já morreu. São os novos tempos?
A rodoviária está vindo aí
Alguns segmentos do empresariado baiano estão em ebulição. A Agerba vai receber terça as propostas para a construção e exploração, pelos próximos 30 anos, da nova rodoviária de Salvador, em Águas Claras.
O vencedor vai ter que desembolsar R$ 120 milhões e a expectativa gira em torno dos possíveis interessados. Quantos da Bahia e quantos de fora? A Socicam é vista como o bicho papão do jogo.
A ilha vive o pós Club Med
Após o fechamento do Club Med, em Vera Cruz, a ilha de Itaparica ainda vive dias de expectativa sobre o futuro.
Luiz Henrique Amaral, secretário de Turismo e Cultura em Vera Cruz, diz ter informações pelo alto de que alguns grupos, nacionais e estrangeiros, demonstraram interesse pela área.
Por enquanto, a ilha quer resposta para outra pergunta: vai ter ponte ou não? Se sim, é uma, muda tudo. Se não, é tocar a vida como ela é hoje.
2019, um ano chuvoso: mas não houve tragédias
Estudo feito pelos meteorologistas do Cimatec Ricardo Rodrigues e Juliano Carlo, a pedido do diretor da Codesal, Sóstenes Macedo, revelam que julho de 2019 foi o mais chuvoso dos últimos cinco anos em Salvador, com uma incidência de 292,3 milímetros, a maior chuvarada do ano até agora (em março foram 282,5m).
No conjunto, os seis primeiros do ano deram 1.227m, só perdendo para os 1.600,9 de 2015.
É muita água, com um detalhe: em abril de 2015 choveu 394,2 e em maio 639, em dois meses mais que o acumulado de todo 2016, ou de 2017 ou do ano passado. Mas naquele ano Salvador viu a última de suas grandes tragédias em encostas, 15 mortos no Barro Branco. Este ano Sóstenes dormiu pouco, mas ninguém morreu.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Ex-gente boa
Entre os que ocupam funções públicas, ministro de Fazenda, como o atual, Paulo Guedes, e seus congêneres, secretários estaduais e municipais, nunca são pessoas que postulam votos, graças à antipatia natural que espalham pela própria natureza do cargo.
É o homem que na maioria das vezes diz ‘não’, até por falta de alternativa, numa pedida essencial, o da grana.
Conta o jornalista Cláudio Souza que, em 1998, Helder Almeida, secretário da Fazenda de Camaçari, renunciou para disputar um mandato de deputado estadual.
No lugar, José Tude, o prefeito, promoveu o sub-secretário, Jorge Nascimento, figura querida, tipo boa gente, que andava pelos corredores distribuindo simpatia, e da confiança dele. Mas avisou:
– Jorge, tem um detalhe importante: se em três meses ninguém estiver falando mal de você eu lhe demito...
Jorge completou o mandato, mas no fim já não era gente tão boa.