Bellintani sobre Neto: ‘Ninguém deve a ninguém’
Se se pergunta a ACM Neto como ele encararia uma eventual candidatura de Guilherme Bellintani, hoje presidente do Bahia, mas amigo e ex-secretário dele, a prefeito de Salvador, a resposta é bastante objetiva:
— Do ponto de vista pessoal seria ótimo. Tenho certeza de que ele jamais seria hostil a mim.
Neto diz que quando convidou Bellintani para ser secretário, inicialmente do turismo, a conversa entre os dois foi bastante franca.
— Ele disse para mim: ‘Eu não posso ser seu secretário porque não votei em você’. E eu respondi: ‘Não estou perguntando em quem você votou. Quero que você me apresente um projeto para o turismo em Salvador’.
respeito mútuo —E a partir daí, a relação fluiu. Hoje, Bellintani vai mais ou menos no mesmo tom, como disse em entrevista à rádio Metrópole:
— Acho que a minha missão na gestão dele foi bem cumprida. Ninguém deve a ninguém. Ele me respeitou, tivemos uma excelente relação.
Ou seja, bate no que Neto diz, hostilidade zero.
E afinal, Bellintani pode mesmo ser o candidato a prefeito de Salvador com as bençãos de Rui Costa?
Até agora Bellintani não nega a possibilidade de candidatura, ainda não definiu partido, Rui tem dito que cada um vá a campo e se viabilize. Fala Jaques Wagner:
— Bellintani precisa que o Bahia continue fazendo gols.
Em campo ele já está.
Espanhol, a quase novela
Com o caso pautado pelo vereador Odiosvaldo Vigas (PDT), que não por acaso é médico, e instigado pelo Sindicato dos Enfermeiros da Bahia, o Hospital Espanhol vai ser tema de audiência pública na Câmara de Salvador dia 29.
O Espanhol foi fechado em setembro de 2014 com dívidas de R$ 450 milhões, R$ 180 milhões delas trabalhistas. Em maio de 2018 o STJ passou o caso da justiça trabalhista para a comum e ficou nisso.
Sinhazinha volta na Fligê
Sinhazinha, romance do escritor Afrânio Peixoto lançado em 1929, há mais de 50 anos fora de cartaz, volta à cena hoje na Feira Literária de Mucugê, a Fligê, lançada pelo presidente da Assembleia, Nelson Leal (PP).
A Fligê, em Mucugê, na Chapada, é em parceria com a Assembleia, e homenageia este ano Castro Alves. Nelson Leal levou mais de três mil livros. Vai dar um kit a cada professora e o resto será para distribuição com o público.
O Muriçocão de Juazeiro
Um mototaxista ganhou as atenções gerais ontem pela manhã nas proximidades da Estação Rodoviária de Juazeiro: ele instalou lá o ‘Monumento ao muriçocão’, uma bem talhada escultura gigante, com mais de dois metros, de uma muriçoca, como forma de protestar contra o incômodo generalizado que o inseto causa na cidade.
O muriçocão, o do protesto, viveu pouco. A Prefeitura mandou tirar logo. Já as muriçocas de verdade...
Saubara vive dias de medo com a violência galopante
Saubara, um paradisíaco recanto do Reconcavo Baiano, a 96 quilômetros de Salvador, perto da Foz do Rio Paraguaçu e pertinho de Santo Amaro da Purificação (de onde foi emancipado), é uma cidade pequena, de 11 mil habitantes, mas vive dias de medo com as brigas entre as gangs Catiara e Bonde do Maluco, que já resultaram em vários assassinatos de jovens.
Um deles foi particularmente brutal: o cidadão foi morto com 40 tiros.
Moradores amedrontados dizem que o terror se instalou e isso vem com o tempero de toque de recolher e falatório sobre listas de marcados para morrer. Como disse um deles:
— É uma situação tenebrosa, coisa que jamais pensei que pudesse existir aqui.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Venda de bispo
Essa quem conta é Fernando G. Habib, nosso colaborador. Década de 30, por imposição da Cia. Linha Circular, empresa inglesa concessionária dos bondes de Salvador, cogitou-se a demolição da Catedral da Sé, com todo o quarteirão central, para ampliação das linhas e assentamento de novos trilhos.
Após muitos anos de polêmicas, D. Augusto Cardeal da Silva, Bispo Primaz do Brasil, anuiu concordar em aceitar a oferta de 300 contos de reis em troca da autorização para a demolição da Sé.
Em seu lugar foi erigido, para homenageá-lo, o busto de D. Pero Fernandes Sardinha, bispo que havia sido devorado pelos índios Caetés, após naufrágio no litoral das Alagoas, redundando em protestos da população, que ainda achou o monumento de um profundo mau gosto.
Entre muitos protestos, um autor desconhecido, soltou a quadrinha:
Por quê de Sardinha um busto,
Onde um templo se ergueu,
Antes o de Dom Augusto,
O bispo que a Sé vendeu…