Assembleia Legislativa da Bahia | Foto: Divulgação
A Assembleia aprovou um projeto da deputada Fátima Nunes (PT) que tramita há 12 anos, instituindo o 21 de outubro como o Dia Estadual da Salsa, dança de origem cubana temperada com chá-chá-chá. Na apreciação na Comissão de Constituição e Justiça, terça última, incendiou o debate sobre a disposição de se criar dia para tudo.
O deputado Zé Raimundo (PT), presidente da CCJ, externou sua inquietação:
— Manda o regimento que a escolha de data comemorativa deve ser de alta significação.
E entrou outro projeto, do deputado José de Arimatéia (Republicano), que institui a Semana de Conscientização das Feridas Crônicas, rejeitado, apesar do parecer favorável:
Paulo Câmara (PSDB) acendeu a fagulha da fogueira:
— Um dia ainda aprovaremos aqui o dia da saudade do merthiolate.
Outros dias — E sugeriu que o deputado Alan Sanches, que é ortopedista, apresentasse projeto instituindo o Dia do Joelho. Gargalhada geral. Mas não é que por aí nos temos dias para tudo? É dia do vizinho, do aço, do sol, do disco voador, da saudade e até do corno.
E como toda boa política tem que ter oposição, surgiu. E contra o Dia das Mães, instituído por decreto por Getúlio Vargas: o Movimento Gay de Brusque, Santa Catarina, pediu a revogação argumentando que os filhos de gays casados poderiam ficar constrangidos por não terem mãe. E a Câmara atendeu.
I love you Boca do Rio
Depois de oito anos como prefeito de Mata de São João e quatro como deputado federal, João Gualberto é citado como prefeiturável em Salvador, mas sumiu do mapa.
Colegas do tucanato baiano dizem que ele está nos EUA, no Vale do Silício, aprendendo inglês, e volta à cena em dezembro, como pré-candidato. Virou alvo de gozação entre outros prefeituráveis.
Perguntam: será que ele vai voltar dizendo I love you Boca do Rio?
Targino na mira do TRE
Alvo de um processo por crime eleitoral, com julgamento em andamento no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o deputado Targino Machado (DEM), líder da oposição na Assembleia, está perdendo de 3 a 1.
—Minha palavra aí não vale nada. Só posso dizer que confio na justiça, não cometi crime algum.
Ele entrou em colisão com o secretário de Segurança do Estado, Maurício Barbosa. E nascem aí as desventuras dele.
Os inimigos declarados
O deputado Robinho (PP), ex-prefeito de Nova Viçosa, não faz segredo: tem dois prefeitos do Extremo Sul da Bahia que ele quer distância, José Carlos Simões (PDT), de Mucuri, Temóteo Brito (que mudou do PSD para o partido dele, o PP), de Teixeira de Freitas.
— Eu já disse aos dois, não quero a companhia de vocês.
Esta semana alguém perguntou a Robinho:
— Quem vai ganhar a eleição em Teixeira?
— Eu sei quem vai perder.
Sara, a baiana que veio da Itália mostrar Aqualtune
Sara Messias, uma baiana de 38 anos, nascida e criada no Garcia, que há dez anos se radicou na Itália, onde casou, voltou a Salvador no embalo do Novembro Negro. Quinta que vem (18h), um dia após o Dia da Consciência Negra, ela lança no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) o seu primeiro livro, Aqualtune, um sonho chamado liberdade.
Ela conta a história de Aqualtune, uma princesa do Reino do Congo que veio para cá como escrava, e até hoje é pouco lembrada:
— Aqui conhecem ela como mãe de Ganga Zumba e avó materna de Zumbi dos Palmares, mas tinha conhecimentos políticos, organizacionais e de estratégias de guerra.
Sara quer resgatar a imagem da heroína.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Cosme e Damião
Jorge Portugal, santamarense da gema, o compositor de Amassando a Massa, craque da língua portuguesa, ex-secretário de Cultura do Estado, contou que no domingo da semana passada, resolveu subir a Ladeira do Abaeté , na Rua Rumo do Vento, em busca de um licor de porongo (preparado com várias ervas), feito por Dadá, filha de Mimiro, que é irmão de Biriba, ex-craque do Bahia.
Bateu com os olhos numa simpática pousada, com uma bela mangueira copada na porta e o letreiro: Pousada Cosme e Damião.
Dirigiu-se a portaria, perguntou o preço da diária. A moça indagou:
— É para o senhor e sua esposa, namorada ou companheira?
— Claro que sim.
E a moça, sem esconder a contrariedade:
— Acho que o senhor não atentou para o nome da pousada. Não é Cosme e Damiana, é Cosme e Damião, sacou? É isso mesmo, é para gays!
Boquiaberto, rumou para a Rumo ao vento. E pensou:
‘Como Itapuã se parece com Santo Amaro...’
Colaborou: Raul Aguilar