Bolsonaro em Porto Seguro, apenas marcando presença | Foto: Alan Santos | PR | 17.12.2020
Ainda pré-candidato à presidência, Jair Bolsonaro sempre teve um pé na Costa do Descobrimento. Lá atrás, era Magno Malta, então senador do Espírito Santo que é baiano de Macarani e foi cogitado para ser vice, não quis, perdeu a reeleição e caiu em desgraça. Hoje, é a médica Raíssa Soares, a que ganhou do Planalto um avião com cloroquina.
Foi sob os ventos dos novos tempos que Bolsonaro desembarcou pouco depois das 13h de anteontem em Porto Seguro. Foi recebido ao som da Filarmônica Lira de Belmonte, a terra natal do prefeito eleito da Terra Mater, Jânio Natal (PL), que fez as honras da casa. Com Raíssa, futura secretária de Saúde ao lado, é claro.
Facão não — Nem saiu do aeroporto. Lá mesmo assinou a papelada das MPs que permite a renegociação de dívidas, não mais que meia hora depois embarcou num helicóptero rumo a Jacinto, norte de Minas, onde deu o start para a recuperação da BR-367, que começa em Santa Cruz Cabrália e vai até lá.
Na volta, o helicóptero pousou de surpresa em Vera Cruz, povoado de Porto Seguro, longe do mar. Um homem com um facão na mão se aproximou, a segurança interveio.
Mas deu o mote para a piada. Se em 2018 Bolsonaro levou a facada, seria agora com um pé em 2022 que iria levar uma facãozada? O homem do facão era só um trabalhador rural. Largou a ferramenta e foi tirar foto com Bolsonaro, que foi tomar cafezinho na casa de uma moradora. Sorte dele que Vera Cruz não é Juiz de Fora.
Diplomação com Covid
Herzem Gusmão (MDB), prefeito reeleito de Vitória da Conquista, que tanto debochou da Covid, está internado e respirando com ajuda de aparelhos. O pior: está vivenciando na pele que a pandemia não é uma gripezinha.
Diplomado anteontem, ele fez questão de falar, mesmo do hospital, mas a aparição não deixou boa impressão. Herzem, que é radialista e gosta de falar muito, falou menos de um minuto. E com a voz bastante arrastada.
Fernando e o final infeliz
Outro que debochou da Covid e testou positivo foi Fernando Gomes (PROS), prefeito de Itabuna. Cinco meses atrás, no meio da pandemia, ele prometeu reabrir o comércio morra quem morrer.
Fernando, que tem 81 anos, está de quarentena em casa, sem sintomas. Mas o quinto mandato dele como prefeito termina dia 31 e nem que queira vai poder passar o cargo ao sucessor, Augusto Castro (PSD), que também já passou 48 dias internado.
Questão de ponto de vista
As redes que envolvem as idas e vindas dos deputados estaduais baianos mostraram ontem duas críticas por motivos similares.
A deputada Neuza Cadore (PT) disparou contra Bolsonaro por conta do fim do auxílio emergencial. Já Hilton Coelho (PSOL) disparou contra Rui Costa por não garantir os auxílios a estudantes durante a pandemia.
Neuza atira contra Bolsonaro e Hilton contra todos. E os dois são de esquerda.
Robinho: ‘Estão fazendo intriga com meu nome’
Frequentemente citado como possível candidato à presidência da Assembleia, caso o PP de João Leão resolva peitar Rui Costa para manter o controle da Assembleia, o deputado Robinho (PP) se dizia ontem injuriado com o fato de terem dito que ele tem um discurso de enfrentamento ao governo:
– Sou presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, nunca criei qualquer dificuldade, nem barganhei favores para aprovar projetos do governo. Nem nunca, em tempo algum, fiz qualquer discurso ou dei declarações contra o governo. É pura intriga.
No caso da presidência da Alba, Robinho admite que é sempre citado, mas ressalva:
— Sou amigo de Ronaldo Carletto, mas, se eu for candidato, serei candidato do partido. E só.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Pisando errado
Anos 70. Joel Andrade, vereador do velho MDB em Valença, foi a uma festa no povoado de Serra Grande, a convite de um compadre. Chegou sorridente, montou num cavalo, saiu, na volta desceu da sela, pisou num monte de cocô de boi, se melou, principalmente o sapato. Olhou para o compadre desconsolado:
– Amigo, para mim a festa acabou. Vou ter que ir.
– Nada compadre. Eu tenho uma bota aí.
Pegou, era grande, número 44, ele calçava 38:
– Compadre, não vai dar. Tá folgada demais.
– Aqui ninguém olha o pé. É só olho no olho.
Topou. O compadre o estimulou a pegar uma moça para dançar, foi. O cabo eleitoral se animou:
– Tá gostando, compadre?
– Beleza, compadre. Com essa frouxa aqui eu vou até amanhã!
A mulher parou, olhou no olho, deu-lhe um tapão na cara e se mandou. E ele:
– Ih, meu Deus! Eu
esqueci de dizer que frouxa é a bota. Que dia ruim. Comecei pisando em bosta e, quando tudo caminhava para acabar bem, levei um tapão na cara!