O ônibus espacial Endeavour entrou hoje em órbita terrestre ao partir do Centro Espacial Kennedy para instalar o primeiro de três segmentos de um laboratório japonês e o sistema robótico canadense Dextre na Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês).
A operação de entrada na órbita ocorreu dez minutos após o Endeavour ter ligado seu sistema propulsor na última madrugada em Cabo Canaveral, na Flórida, onde fica o Centro Espacial Kennedy, em um dos lançamentos mais tranqüilos da história.
A nave ficará em órbita até o início das manobras para o acoplamento com a ISS na quarta-feira às 23h20 locais (0h20 da quinta-feira de Brasília).
"O Endeavour partiu para se encontrar com a Estação Espacial em um dia e meio", afirmou o controle do Centro Espacial Johnson, da Nasa, em Houston (Texas) no início da missão.
"Boa sorte. Nos vemos na volta, em 16 dias", afirmou o diretor de lançamentos, Mike Leinbach, aos sete astronautas minutos antes da decolagem.
O bom tempo na região do Centro Espacial Kennedy contribuiu em grande parte para o sucesso da partida da nave para uma missão de 16 dias, que inclui cinco caminhadas espaciais.
A única ameaça eram algumas nuvens baixas que acabaram se mantendo afastadas do local, disse um porta-voz do serviço meteorológico da Nasa.
Em caso de emergência após a partida, a Nasa tinha designado uma instalação militar em Zaragoza (Espanha) e outra em Istres (França) para uma aterrissagem de emergência.
O objetivo central da missão é instalar o primeiro dos três segmentos do laboratório japonês Kibo (Esperança), a maior contribuição japonesa à ISS, junto ao módulo Harmony da estação.
A última parte desta instalação chegará à ISS no próximo ano.
Juntamente com o laboratório europeu Columbus, instalado em meados do mês passado pela tripulação do Atlantis, "o Kibo aumentará a capacidade de pesquisa científica em várias áreas", afirmou a Nasa.
Além disso, a entidade acrescentou que o Dextre, que operará com o braço robótico canadense Canadaarm2, será usado em tarefas de manutenção e serviço. Para sua instalação serão necessárias pelo menos três caminhadas espaciais.
O sistema tem a capacidade de detectar as forças e o movimento dos objetos que manipula.
Uma vez instalado terá a aparência de um tronco do corpo humano com dois braços que poderão realizar tarefas delicadas.
Durante uma das cinco caminhadas, os astronautas também testarão uma nova técnica de reparação do revestimento térmico da nave concebida para evitar acidentes como o que aconteceu com a Colúmbia no dia primeiro de fevereiro de 2003 quando retornava de uma missão científica.
Um pedaço de isolante do revestimento térmico se desprendeu do tanque externo da nave e perfurou uma de suas asas causando a desintegração da nave e a morte de seus sete tripulantes.
Esta técnica também poderá ser útil quando, no final deste ano, uma nave realizar uma missão de reparação do telescópio espacial Hubble, afirmam fontes da agência espacial americana.
A missão do "Endeavour", a 25ª das naves à ISS, está a cargo do experiente comandante Dominic Gorie, que tem como piloto o astronauta Gregory Johnson.
Os outros tripulantes são os especialistas Rick Linnehan, Robert L. Behnken, Mike Foreman, Garrett Reisman e o astronauta japonês Takao Doi.
A bordo do complexo que orbita a Terra a quase 400 quilômetros de altura ficará Reisman, no lugar do astronauta Léopold Eyharts, que voltará à Terra no Endeavour.
Os atuais ocupantes da ISS, além de Eyharts, são a comandante Peggy Whitson e o cosmonauta russo Yuri Malenchenko.
O retorno do Endeavour após sua missão de 16 dias está previsto para 26 de março às 20h35 locais (21h35 de Brasília).