Os colegas do ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, tinham sérias dúvidas sobre a invasão do Iraque. A informação está no diário de Alastair Campbell, poderoso consultor político de Blair entre 1997 e 2003, que foi publicado hoje. Segundo Campbell, o então primeiro-ministro não teve nenhuma dúvida sobre a Invasão do Iraque, que dividiu o seu Partido Trabalhista e a Grã-Bretanha.
"Todos nós tivemos sérios momentos de dúvida, mas ele (Blair) não teve, ou se teve alguma dúvida, não disse nada a ninguém", Campbell escreveu no diário, no dia 18 de março de 2003, um dia após o Parlamento votar a favor da entrada na guerra.
Um dia antes, em um encontro do gabinete, descrito por Campbell, Blair foi advertido por John Reid, então coordenador do Partido Trabalhista, sobre os riscos de entrar na guerra. "Nós seremos julgados pelo Iraque que substituirá o Iraque de Saddam Hussein," disse Reid a Blair.
Em trechos que foram publicados no domingo, Campbell escreveu que Blair pensou em renunciar na metade de 2002, mais de seis meses antes da invasão do Iraque. "Ele disse que, de verdade, não queria governar por mais de dois mandatos".