A advogada brasileira Paula Oliveira, que na noite de segunda-feira, 9, teria sido atacada por skinheads em uma estação ferroviária nos arredores de Zurique, não estava grávida e seus ferimentos provavelmente foram autoinfligidos, informa a polícia suíça, segundo a Associated Press.
Paula, de 26 anos, afirmou que estava grávida de gêmeas e teria abortado depois do suposto ataque atribuído a neonazistas. O chefe do departamento de medicina forense da Universidade de Zurique, Walter Baer, disse hoje que “qualquer médico-legista experiente não hesitaria em supor que se trata de um caso de ferimentos autoinfligidos”.
Por meio de comunicado divulgado hoje, a polícia de Zurique dizia ainda não estar claro se os ferimentos encontrados no corpo de Paula foram feitos por agressores ou se foram autoinfligidos. A advogada afirma ter sido atacada por três skinheads, um deles com uma cruz maltada tatuada na testa, diante da estação ferroviária de Stettbach, na cidade suíça de Dübendorf, vizinha de Zurique.
Fotografias feitas depois do suposto ataque mostravam a barriga e as pernas de Paula repleta de cortes, alguns deles formando as iniciais SVP, sigla do principal partido político de extrema direita da Suíça. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil e a mídia informaram que ela falava ao telefone em português no momento do suposto ataque, alimentando especulações de que o episódio teria motivação xenófoba. A divulgação dos detalhes chocou a opinião pública no Brasil e na Suíça e levou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, a condenar o incidente.