Em sua primeira visita aos Estados Unidos como primeiro-ministro britânico, Gordon Brown indicou hoje que as tropas britânicas podem abandonar seu papel de combate no Iraque, limitando-se a supervisionar as quatro províncias iraquianas que estavam sob responsabilidade militar da Grã-Bretanha. Durante entrevista coletiva ao lado do presidente americano, George W. Bush, Brown não deu data definitiva para a mudança, mas indicou que os parlamentares britânicos seriam informados após o recesso parlamentar em 8 de outubro.
Com 5.500 mil soldados no Iraque, o contingente militar britânico é o segundo maior no país, atrás apenas dos EUA. Sofrendo pressões políticas internas por uma retirada das tropas do Iraque, Bush ressaltou a importância da permanência dos soldados britânicos. "As conseqüências de um fracasso no Iraque seriam um desastre para os EUA, e o primeiro-ministro sabe disso", disse o presidente americano. Recentemente, os EUA enviaram mais tropas para o Iraque, especialmente para Bagdá.
Das quatro províncias iraquianas originalmente sob comando militar britânico, três já estão sob controle das autoridades iraquianas. As tropas britânicas são responsáveis apenas pela segurança de Basra. "Também pretendemos passar a supervisão nessa quarta Província. Essa decisão será tomada com base na opinião militar de nossos comandantes", disse Brown, que prometeu ainda criar uma agência de desenvolvimento econômico para Basra, para criar empregos e estabilizar a região.
TesteA visita de dois dias de Brown a Camp David, residência oficial de campo do governo americano, é considerada um teste para a relação entre Washington e no novo governo britânico, uma vez que Bush e o antigo premiê britânico Tony Blair eram fortes aliados. Blair chegou a ser apelidado de "poodle" de Bush.
A política em relação ao Iraque é uma das maiores preocupações do governo americano, que contava com apoio absoluto de Blair. Apesar do apoio de Brown à decisão de invadir o Iraque em 2003, especialistas já esperavam por uma ligeira mudança na política de Londres no Iraque.