Cuba deu início hoje a uma nova campanha internacional em defesa de cinco agentes do país condenados nos Estados Unidos por conspiração para espionar, e espera sensibilizar a opinião pública mundial com relação ao caso.
O ministro da Cultura cubano, Abel Prieto, liderou em Havana o lançamento da campanha, na apresentação de um livro e um disco produzidos por artistas e escritores cubanos em homenagem "aos cinco", como são conhecidos em Cuba, onde são considerados "heróis".
"A campanha vai se expressar segundo o critério e as idéias dos diferentes grupos que pertencem ao movimento internacional de solidariedade com os cinco, e não acho que de Cuba nós possamos fixar as bases dessa campanha", explicou Prieto.
Em Cuba chegaram a ser anunciados atos para esta quarta-feira em vários países, incluindo os Estados Unidos.
A campanha durará até 8 de outubro.
O ministro da Cultura considerou que é preciso seguir "mobilizando consciências, seguir somando vozes, seguir batendo em portas" para obtenção de apoio para esta causa.
Prieto não fez avaliações sobre a situação atual dos agentes cubanos, e classificou o presidente dos EUA, George W. Bush, de "genocida" e "imoral", incentivador de "uma relação de permanente promiscuidade com o pior do fascismo cubano de Miami".
Gerardo Hernández, Fernando González, Ramón Labañino, René González e Antonio Guerrero foram detidos em 12 de setembro de 1998 após o desmantelamento da "Rede Avispa" ("Vespa") no sul da Flórida e condenados a penas que podem chegar à cadeia perpétua por conspiração com o objetivo de espionar.
No intrincado processo judicial que se seguiu desde então, um Tribunal Federal de Apelações de Atlanta decidiu em agosto de 2005 anular o julgamento de Miami.
O mesmo tribunal decidiu contra o próprio veredicto um ano depois, após uma apelação da Promotoria dos Estados Unidos, em decisão que foi tachada de "infame" em Cuba.
Atualmente, o caso se encontra de novo em processo de revisão por uma Corte de Apelações de Atlanta.
As autoridades da ilha nunca negaram que os cinco cubanos fossem agentes, mas reiterou que o trabalho deles era o de investigar possíveis ataques terroristas contra Cuba, e não obter informação que afetasse a segurança nacional dos EUA.