Os Estados Unidos afirmaram hoje que a repressão em Cuba aumentou sob o governo interino de Raúl Castro e que não há indícios de que seu Governo caminhe rumo a uma transição democrática.
"O que aumentou é a repressão", afirmou hoje Caleb McCarry, membro da Comissão de Assistência para uma Cuba Livre, entidade criada pelo Departamento de Estado americano para facilitar uma transição democrática na ilha.
Raúl Castro, que assumiu as rédeas do Governo de Havana em julho de 2006 - após a crise de saúde do seu irmão Fidel - não deu indícios de que seu regime "esteja se preparando para realizar qualquer mudança" em Cuba, destacou McCarry.
Como exemplo da repressão política, McCarry disse que o assédio a líderes dissidentes aumentou e que há uma maior vigilância sobre os meios de comunicação na ilha.
A comissão faz "o que pode" para agilizar uma mudança democrática em Cuba, especialmente por meio do apoio aos direitos humanos e às emissões de rádio e televisão dirigidas a esse país, declarou o funcionário.
McCarry, encarregado de coordenar a transição democrática em Cuba com fundos americanos, está entre os especialistas acadêmicos e líderes políticos que hoje descartaram uma mudança da política externa dos EUA para Cuba durante um fórum organizado pelo American Enterprise Institute (AEI).
Repercutindo as palavras do Departamento de Estado, McCarry reiterou hoje que o único diálogo que Cuba precisa é o que tem que ocorrer entre o Governo e o povo, para estimular a transição democrática.
As críticas de McCarry fazem parte de uma campanha de persuasão realizada por Washington para pressionar o Congresso dos EUA e a comunidade internacional a apoiar sua política para a ilha.
Essa campanha contrasta com os esforços de vários legisladores democratas, que tentam flexibilizar as restrições de viagem a Cuba, o que levaria a uma abertura de Havana através de um maior fluxo comercial.
Nas últimas semanas, o secretário de Comércio dos EUA, Carlos Gutiérrez, foi o encarregado de apontar os pontos fracos do Governo cubano e de frisar que é este quem deve dar o primeiro passo em direção à democracia.
No fórum da AEI, Gutiérrez reiterou a mencionada postura de Washington em relação ao embargo americano contra Cuba e a necessidade de Havana dar mostras de uma abertura rumo à democracia.