Edward Lorenz, o cientista que desenvolveu "a teoria do caos" ao tentar explicar por que é tão difícil fazer previsões meteorológicas, morreu hoje de câncer, aos 90 anos, em sua casa em Cambridge, informou o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês).
Para sustentar sua teoria, Lorenz usava o exemplo da borboleta, cujo constante bater de asas poderia provocar tornados destruidores em lugares distantes como o estado do Texas.
Ao desenvolver modelos matemáticos meteorológicos nos primeiros anos da década de 60, Lorenz disse que um sistema tão dinâmico como a atmosfera podia guardar enormes e desconhecidas conseqüências.
Essas conclusões abriram um novo campo de estudos, os quais, por sua vez, abraçaram quase todos os ramos da ciência e, no caso específico da meteorologia, revelaram que é impossível prever o tempo com certo grau de precisão além de duas ou três semanas.
Ao demonstrar que certos sistemas têm limites quando o objetivo é fazer previsões, Lorenz "acabou com o universo cartesiano e deu o pontapé inicial na terceira revolução científica do século XX" - após as teorias da relatividade e a física quântica -, destacou Kerry Emanuel, professor de ciências atmosféricas do MIT.
Nascido em 1917, Lorenz formou-se em matemática na Universidade de Harvard e na Dartmouth College. Cinco anos depois, em 1943, se graduou em meteorologista no MIT.
"Desde criança, sempre tive interesse pelos números e fascínio pelas mudanças do clima", escreveu na autobiografia que havia começado a redigir.